DONA CHIQUINHA DE QUEIROZ E SEUS DOIS MARIDOS CHAMADOS JOÃO
O título deste trabalho pode até levar o leitor a imaginar tratar-se de obra de ficção ou literatura de cordel mas na verdade se trata de uma obra de pura genealogia com base principalmente em fontes primárias, outras obras correlatas e muita informação de caráter pessoal de descendentes da Dona Francisca Justiniana de Queiroz, uma das matriarcas da Família Queiroz disseminada no pontal do Triângulo Mineiro, no Estado de Minas Gerais.
Para não tornar-se a obra cansativa em sua leitura, vamos contá-la de uma forma romanesca, razão pela qual vamos tratar a Dona Francisca Justiniana de Queiroz, simplesmente por Dona Chiquinha de Queiroz.
Dona Chiquinha de Queiroz era a sétima filha do casal formado por Antônio Francisco dos Santos e Floriana Teixeira de Queiroz, radicados na Fazenda Piracanjuba, do então Distrito de Campo Formoso, onde chegaram por volta de 1820, procedentes de Pitangui, da Província de Minas Gerais. Além de Dona Chiquinha de Queiroz, o casal tinha mais nove filhos, sendo eles: Ana Justina de Queiroz, Francisco Antônio de Queiroz, João Evangelista de Queiroz, Antônio Francisco de Queiroz, Desidério Francisco de Queiroz, Sebastião Francisco de Queiroz, Maria Felisbina de Assunção, Angélica Francisca de Queiroz e Umbelina Francisca de Queiroz. Todos constituíram famílias e se espalharam por todo pontal do Triângulo Mineiro ou Estado de Goiás.
Dona Chiquinha, chegou na região ainda criança, pois nasceu em 1815 e casou-se muito nova pela primeira vez, já que sua primeira filha nasceu por volta de 1830. Seu primeiro marido foi João Batista Ferreira, filho de Joaquim José Ferreira e de Ana Cândida de Jesus, radicados na Fazenda Cachoeira do Marimbondo, importantes fazendeiros da região. João Batista Ferreira era bem mais velho que Dona Chiquinha, mas faleceu novo, com apenas 42 anos de idade, pois nasceu em 1800 e faleceu no dia 20 de março de 1842.
Com a morte de João Batista Ferreira, dona Chiquinha ficou viúva, com cinco filhos menores, sendo o maior com 9 anos e o menor com apenas 4 anos de idade. Além deste filhos, Dona Francisca fora também mãe de sua filha Justina Batista de Queiroz, nascida por volta de 1830 e falecida antes do pai. Era realmente uma situação calamitosa para Dona Francisca. No processo de Inventário aberto no dia 20 de outubro de 1843, foi nomeado Tutor dos órfãos o irmão do João Batista Ferreira, chamado João Pedro Ferreira.
No período compreendido entre a morte do João Batista e a abertura do processo de inventário, veio falecer mais um filho de Dona Francisca chamado Sebastião. Assim restaram os seguinte órfãos: Francisco Batista de Queiroz, nascido por volta 1834, João Batista de Queiroz, nascido por volta de 1836, Joaquim Batista de Queiroz, nascido por volta de 1837 e Maria Batista de Queiroz, nascida por volta de 1839. O João Batista de Queiroz faleceu solteiro por volta de 1850.
Muita nova ainda e com uma grande carga para carregar com a criação de seus filhos e considerando que seu cunhado João Pedro Ferreira já era tutor de seus filhos e por se tratar de pessoa de boa índole, ela resolveu casar com o mesmo. Assim ela passou a ser esposa de dois irmãos, ambos chamados João, sendo um João Batista e o outro João Pedro.
Com o novo casamento, novos filhos vieram, a saber: Elias Ferreira de Queiroz, Francisca Saturnina de Queiroz, Josefa Belarmina de Queiroz, Floriana Ferreira de Queiroz, Ana Teodora de Queiroz, Tibúrcio Ferreira de Queiroz e João Pedro de Queiroz.
Registramos aqui o primeiro fato importante relativamente aos casamentos de dona Chiquinha de Queiroz, ou seja: Todos o filhos que sobreviveram do primeiro casamento com o João Batista Ferreira, passaram assinar "Batista de Queiroz" e os filhos de João Pedro, passaram assinar "Ferreira de Queiroz". Assim, de uma única mulher e de dois irmãos chamados João, nasceram duas grandes famílias da região de Frutal, ou seja os Batistas de Queiroz e os Ferreiras de Queiroz. Curioso! não é?
Para os tempos mais modernos, temos em Longuinhos Batista de Queiroz, o grande líder da família "Batista de Queiroz" e em Valentim Ferreira de Queiroz o grande representante da família "Ferreira de Queiroz".