Colaborador

De uns tempos para cá, os patrões têm, cada vez mais, tratado seus empregados como colaboradores. Pura hipocrisia!

Se analisarmos a etimologia da palavra “colaborador”, chegaremos à sua origem no Latim: CO, que vem de COM, que significa “junto”, e LABORARE, que vem de “trabalhar”.

Em toda a minha vida, nunca vi um patrão que estivesse trabalhando junto (lado a lado) com o empregado, nas mesmas condições e local de trabalho. Alguns patrões ainda vão às empresas, mas ficam em suas salas, separados dos demais trabalhadores e com condições de trabalho muito diferentes.

Acho que os patrões não têm obrigação de estar trabalhando junto com seus empregados, mas que então não os trate por um termo que não condiz com a realidade. Não é vergonha ser empregado, pois esse termo significa que a pessoa possui um emprego.

Na realidade, isso faz parte de uma estratégia, juntamente com a falácia da meritocracia. O patrão faz com que seu empregado acredite que os dois trabalham juntos e possuem igualdade de condições para alcançar, desde que se esforce o bastante, ascensão na empresa e, com isso, melhores salários. Porém, por mais esforço que se faça, este momento nunca chega, pois o que se quer é que o empregado produza cada vez mais, com o mesmo salário, para que o patrão sempre aumente o seu lucro.

No final das contas, um puxa-saco, parente ou amigo do patrão, que nunca havia ido à empresa e não sabe nada sobre ela ou o que vai fazer lá, ganha um cargo de gerente, coordenador ou supervisor, com um salário muito maior do que o de qualquer empregado, que vai continuar acreditando e sonhando com o dia em que também vai chegar a ocupar um destes cargos.