SE QUER IR, DEIXA IR...

 

Existem pessoas que o destino nos apresenta e que transcendem qualquer obstáculo que seja. Ainda que o tempo passe e as diferenças sejam exorbitantes, essa conexão nunca finda. Como explicar esse fenômeno? É confuso tentar entender quando se nota um distanciamento natural de certas pessoas que no passado tivera horas incontáveis de conversa e um afeto que parecia imperecível. Alguns chegam, transbordam nossas vidas com memoráveis instantes e aparente ternura e, depois, somem como uma brisa que afaga o peito e se dissipa no horizonte. Outros, que não chegam a ser intensos, mas ficam, por comodidade ou por apego e em inesperados momentos chegam até a nós com um sorriso brando mas, sincero e pueril. Também possuem os que julgamos não parecer ter papel relevante em nossa jornada, e que por um tipo de desígnio misterioso acaba abrindo portas e subitamente vão embora. Há enigmas que não podem ser desvendados, ou porque não entendamos ainda ou porque fora feito para serem eternamente ocultos. Não podemos exigir que alguém permaneça, ainda que o amor emane de nossos corações, pois nem todo mundo possui correlação sentimental com a nossa pessoa. Filtre, a começar pelos espectros que sugam sua sanidade, que zombam de nossas virtudes e que não nos agrega nada. Embora seja penoso, deixemos ir aqueles cuja importância outrora possuía para nós mas, que vem exalando desinteresse em nossa companhia. São escolhas que cada um faz, e é um fardo pesado submergir em questionamentos insolúveis. Personalidades são mutáveis. Tudo pode mudar. Mas, do destino sempre haverá uma incógnita: os que resolvem ficar, mesmo quando os encontros são raros e que de tempos em tempos somos pegos de surpresa porventura do acaso. São os mesmos que acham as diferenças como sendo algo insignificante. Que não colocam empecilhos. Que fazem o curso do rio de nossa trajetória fluir sem contratempos. Esses, meus caros... esses valem apena por levá-los conosco por toda a vida.