O JOGO DO PODER

Francisco de Paula Melo Aguiar

Em lendo o livro: “As 48 leis do Poder”, de autoria de Robert Greene (867 páginas, tradução português, Editora Rocco), tomei mais uma vez conhecimento de que: “O homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons”, segundo o grande pensador Nicolau Maquiavel.

Uma vez que inevitavelmente: “Todos querem ter poder”, indistintamente: “Mas poucos sabem o que fazer para alcançá-lo”. Aí está o grande e/ou pequeno mistério individual que cada pessoa deve tomar cuidado a partir de suas escolhas de visão de mundo, leituras, estradas, caminhos e atalhos a tomar antes de decidir o que realmente quer para si.

Sim sendo, que deve fazer: “como conseguir aquela promoção tão esperada?”, no trabalho e na vida pública, as vezes nunca conquistada por falar demais e ou até mesmo de falar de menos, bem como nas relações sociais e familiares.

Isso mesmo, por falta de coragem e/ou por ter coragem demais sem controle e/ou planejamento. É uma questão de gestão da própria vida.

Assim sendo, não adianta viver fazendo agrados, dando presentes e falando o que os outros querem ouvir para puder ser notado e elogiado, lembrado. Um exemplo disso, está no bajulador profissional de candidatos que espera ser nomeado secretário e/ou ministro e é esquecido na hora, porque os conchavos são maiores do que o "currículo vitae" do ilustre eleitor fiel e correligionário. Esse tipo de gente só sabe viver ao lado de quem tem poder. Aí vem uma pessoa de paraquedas de um grupo político dono dos votos nas eleições e indica um pau mandado que não tem criticidade e sombra própria para ocupar os maiores cargos da gestão pública federal, estadual e ou municipal.

O(a) honesto(a) demais sobre todos os aspectos nunca está preparado(a) para exercer um cargo e/ou função pública se depender da vontade popular, porque tem sombra própria e sabe a hora de entrar e a hora de sair de onde se encontra e ir para onde quer ir...

Nunca se sabe, por exemplo “o que fazer para conquistar a admiração dos colegas e neutralizar quem vive tentando derrubá-lo?” ex-vi o pensamento do autor da obra aqui citada, bem assim, “como ser o queridinho do chefe?”.

De modo que em lendo: “As 48 leis do poder”, é possível aprender claramente em querendo aprender a “manipular pessoas e situações para alcançar objetivos” em uma gama de situações.

E também, “descobre por que alguns conseguem ser tão bem sucedidos, enquanto outros estão sempre sendo passados para trás” no jogo do poder em sentido amplo. Inclusive a façanha indevida de “Querer ser melhor do que o chefe, por exemplo, é um erro fatal” que não se leva o bajulador a lugar algum.

É importante saber tudo até é possível, inclusive, “Faça com que as pessoas acima de você se sintam confortavelmente superiores (…)”, não confunda alho com bugalho.

A leitura do livro é uma lição e ou depoimento de vida, tanto é que “Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade e você alcançará o ápice do poder”, segundo nos ensina Robert Greene no capítulo do livro: “Não ofusque o brilho do mestre”. Uma vez que além de oferecer claramente o “caminho das pedras”, o autor também cita casos de sucesso e de fracasso sem constrangimentos revelados à luz de suas regras expostas.

Por outro lado, para servir de simples ilustração e por analogia ao pensamento exposto de Greene, que recorre as fábulas e aos episódios reais e circunstanciais da História Universal, portanto, usando e abusando das referidas citações.

Em fim, o mortal leitor, “se embrenha pela cartilha através de estrategistas como Clausewitz e Sun-Tsu, estadistas como Bismarck, sedutores como Casanova, filósofos como Nietzsche, escritores como Balzac e, claro, diplomatas como Maquiavel” (vide sinopse), de modo que os textos abarcam um período de mais de três mil anos e foram pinçados em diversas civilizações, tão diferentes quanto a antiga China e a própria Itália renascentista, ensinada em versos e prosas nas academias que delas se tem conhecimento. E para quem diz que não gosta de política e muito menos do poder político, o autor alerta que não adianta ficar de fora do jogo sujo e ou limpo do poder, porque o mundo por analogia é parecido com um cassino dissimulado e que direta e indiretamente todos indistintamente, fazem parte dele. Assim não adianta ficar de fora da esquerda, do centro, da direita. Participe, sim porque o problema está em descobrir as regras do jogo do poder que mudam sutilmente, tem gente que vai dormir no governo e acorda na oposição, todo cuidado é pouco porque somente assim as chances vivais de sucesso e poder é assim mesmo. E conclui Greene dizendo que: “Se o jogo do poder é inevitável, vale mais ser um artista do que negar ou agir desastradamente”. Ainda que por analogia, os romanos antigos estavam certos quando afirmavam que a lei não socorrem os que dormem...

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 12/02/2023
Reeditado em 12/02/2023
Código do texto: T7717704
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