DEU NO ZAP!

 

Caros navegadores internáuticos que travam batalhas inúteis, pelos fios capilares do Xandão e pelas asas da borboleta, pelo preço da picanha, e o azar na roleta, isso não pode passar em branco, pela santa fé da colorida Parede Bege salpicada com lantejoulas da mesma cor, alguém vai ter que esclarecer quem foi que vazou não sei o que, sobre o vídeo de não sei quem, que veio sei lá de onde! Seriedade é fundamental.

 

Tem muito mais gente que não sei quem é que também sabe de não sei o que, sei lá, entende? Eu sou frio como jogador de pôquer e ágil e mortal como Bruce Lee, e estou atento à lambada da serpente e tenho um tio que toca tuba lá no coreto da praça.

 

Desculpe a sinceridade, mas não posso, na qualidade de um ilustre desconhecedor profundo deste aleatório assunto, ficar inerte, de boa, dando estrelas aos pirilampos. Contra fatos não existem argumentos, não sei direito o que esta frase quer dizer, mas a acho retoricamente válida e eficaz feito um vestido pretinho básico que serve para qualquer ocasião. Ao menos é o que também já ouvi por aí dito por não sei quem.

 

E um amigo descobriu que aquele velho amigo da rede passou de repente a declamar o mantra Deus acima de tudo, família e liberdade, e a destilar ódio com a boca encharcada de veneno ideológico e extremista. Surpreendeu-se a princípio com aquela radical mudança de discurso do amigo engajado na incoerência, mas por fim concluiu que não houve mudança alguma, o tal amigo sempre havia sido assim, não tinha era tido a oportunidade ou a coragem de se revelar.

 

Querem me convencer que estou vivendo em um mundo paralelo feito uma ilha da fantasia, e por isso não vejo o perigo, não sinto o cheiro do enxofre, e não tenho medo do ameaçador futuro que me espera, e com certeza, vou arder nas chamas desta minha inconsequência, pois não dou ouvidos aos arautos do Novo Apocalipse, e contesto a teoria conspiratória dos adoradores da terra plana.

 

O que me assusta são pessoas que querem o restabelecimento da moralidade, o fim da desagregação familiar e da destruição dos costumes, o fim de um autoritarismo judiciário, e outras tantas reivindicações sem pé e nem cabeça, e tudo, dizem, em nome da democracia, literalmente destruírem os alicerces constitucionais, pisotearem sobre as instituições basilares da estrutura nacional, atacarem os poderes da republica, vandalizarem patrimônios materiais e imateriais pátrios, disseminarem a violência, e contestarem o sistema eleitoral que é exatamente o mesmo que há cinco anos elegeu o guru desta verdadeira seita radical criadora de uma legião de mortos vivos, que se empenha em espalhar o caos.

 

A única diferença é que na eleição anterior o candidato delas foi eleito pelas mesmas urnas que então não foram fraudadas e jamais houve esta alegação por quem não foi eleito. Antes valia, agora não vale mais! E eles tem plena certeza disso, pois afinal, Deu no zap!

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