Rodovia abandonada
Quem pega a estrada sabe que está correndo um risco tremendo pelo péssimo estado das rodovias, sem querer generalizar, claro, pois não conheço todos os caminhos desse gigantesco Brasil.
A abordagem aqui é, sem rodeios, pois não dá para tolerar mais, tamanho abandono da BR 365, importante via de ligação do sul-sudeste com o norte e principalmente com o nordeste brasileiro.
Você poderá dizer que com esse período chuvoso aqui no sudeste (estamos em janeiro de 2023), com muitas ocorrências de transbordamento de rios, deslizamentos nas encostas e trânsito acentuado pelas férias escolares, a recuperação de estradas seria inviável.
No entanto, os buracos não são de agora. Eles só aumentaram de tamanho desde quando surgiram há meses, em período de estiagem, que seria o ideal para colocar a pista de rolamento em perfeitas condições.
Mas, mesmo assim, quem poderia fazê-lo não cumpriu com a sua obrigação. É um dever do gestor de cuidar da segurança das estradas, de promover a devida manutenção, em respeito ao contribuinte e ao bem-estar do cidadão.
Disseram-me que a rodovia, embora federal, deveria ter a manutenção estadual. Deveria. Só que isso não ocorre.
Enquanto isso, cresce o número de ocorrências, com acidentes que têm tudo a ver com o estado deplorável da pista, com registro de mortes e feridos, além de danos materiais.
No ano passado, na campanha eleitoral, ouvi muito discurso por aí, em que candidatos prometiam soluções para todos os problemas, como é de praxe, inclusive citando essa sinistra rodovia. Falava-se em agilizar a manutenção e até duplicação da pista, considerando o tráfego intenso de veículos leves e pesados.
Infelizmente eram discursos eleitoreiros. Tanto é que, passadas as eleições, ninguém mais falou mais nada, ou seja, voltamos à estaca zero, da rodovia abandonada, sem pai e mãe, com seus perigos iminentes e seus buracos colossais.
Felizmente concluí minha viagem muito bem, apesar de tudo, mas preocupado com novas vidas que podem ser ceifadas como outras que utilizavam o mesmo caminho, nessa rota da desdita.