ARTIGO – Coisas da vida – 14.12.2022 (PRL)
ARTIGO – Coisas da vida – 14.12.2022 (PRL)
Nem sei por que estou escrevendo sobre esse assunto, talvez por falta de inspiração no campo da poesia, fato que tem levado meus índices de leituras para abaixo da crítica; todavia já andei no clímax aqui no Recanto, tendo num só texto conseguido mais de 53.000 visitas, que foi muito honroso para mim: “Férias na fazenda” é o seu título, em 09.07.2012.
Mas se parasse agora não estaria sendo honesto com a terceira menina que me escreveu propondo testarmos um relacionamento amigável, assim sem compromisso, e no caso de colar, colou! É o que vamos procurar contar, até porque sou mesmo um bucho de piabas, ou seja, não sei guardar tanto sigilo, salvo os infinitamente reservados:
Lorena é o seu nome, mora na área rurícola de Portugal, em companhia da senhora sua mãe e duas irmãs solteiras; formada em agronomia, exerce a profissão nas terras deixadas pelo seu pai, na agropecuária, explorando o criatório de bovinos para corte, e lavouras de subsistência, tendo resultados acima da média da região; não é rica, mas o que fatura dá para o sustento da família. Disse-me que vem lendo os meus escritos desde o ano passado, porém já fez leituras de antigas redações de minha lavra. Gosta de tudo o que uma jovem cheia de vida deseja; que adorou os meus cabelos brancos etc., etc., etc., bem assim algumas coisas particulares; manequim equivalente ao 40, e que seus relacionamentos não deram resultado, em face de seu tipo caseiro, sem superficialidades.
Confesso aos meus adeptos que fiquei cheio de dedos. Poxa vida! Será que me fisgaram?! Andei num pé e noutro e, mais uma vez, a minha consciência me remeteu há três meses, quando fiquei viúvo de um amor forte e que frutificou ao longo da vida. Qualquer coisa me diz que essa mulher poderia ter amplas condições de me dar tranquilidade nessa fase ainda difícil de meu viver. O que mais me impressionou foi dizer-me “que não deseja um homem qualquer, mas para ser feliz”. Pedi-lhe um tempo para arregimentar os meus pensamentos, conversar com meus filhos (vai ser uma ciumeira dos seiscentos diachos!), mas são as verdades que se me apresentam no particular.
Além do mais, meu apartamento está em petição de miséria, precisa de uns serviços, pintura e até mesmo de alguns móveis em substituição aos que se depreciaram com a minha última mudança. Penso que em três meses dar-lhe-ei notícias, e prometo contar tudo aqui mesmo na minha escrivaninha, mesmo que possa estar enchendo o saco dos que aqui transitam e se congratulam conosco. Dei-lhe ciência de tudo num telefonema de ontem.
Fico por aqui. Meu abraço.
SilvaGusmão
Imagem: Tela de minha autoria.