ARTIGO – Coisas da Vida – 03.12.2022 (PRL)

Pois é, julguei que estaria ultrapassado para a vida. Ocorre que venho de receber três correspondências de jovens senhoras descompromissadas, claro, sugerindo uma aproximação, em face de apreciarem os meus escritos publicados aqui no Recanto das Letras; isso depois que a minha mulher partiu para o outro mundo. Mas elas não participam do grupo de recantistas.

Aqui no Recanto das Letras, justiça de faça, nenhuma mulher contatou comigo para um relacionamento, sequer experimental de namoro, até porque o ambiente é unicamente de literatura, isso dentro da especialidade de cada uma, com muito respeito e cordialidade.

Ao notar que as leituras de meus textos estavam despencando, resolvi mandar os links desses escritos para duas amigas que residem em outra capital, a fim de que elas os divulgassem em suas redes sociais, assim como que arriscando coisa alguma, somente uma tentativa.

Apesar de muito ocupadas, pois são comerciantes, encontraram tempo para remeter os trabalhos aos amigos/as, providência que, aos poucos, foi realimentando as ditas leituras, de sorte que há textos que ultrapassam de cem visitas, a maioria sem comentários. Vale notar que estou superando a marca de 10 anos de filiado ao Recanto.

Pois bem, com os textos desbravando novos horizontes mundo afora, causaram-me surpresa três correspondências que recebi de senhoras independentes, com muito charme e beleza (uma do Nordeste, uma de Portugal e uma de São Paulo), não se oferecendo, mas dando a entender sugestões de aproximação, que me deixaram de certa forma orgulhoso...afinal, homem é homem!

Não poderia deixá-las sem resposta, pois seria falta de educação de minha parte. Ocorre que estou em estado de luto, e ainda não acredito que a Jane tenha morrido, e isso me leva ao mundo da amargura, numa sofreguidão que parece indelével. Foi com base nesse fato que falei para as três jovens explicando que ainda não me acostumei com essa triste ocorrência, não numa forma de descarte, todavia para ser sincero, como é de minha índole,até porque não se deve fechar os caminhos que se abrem a nossa frente.

Já obtive resposta de uma delas. Não gostou do que eu disse, mas me tratou com o maior respeito. Até chego a pensar que as outras duas meninas podem ter seguido o mesmo caminho, mas essas coisas são naturais na vida, de modo que eu não me chateio com essas ocorrências. Aliás, é um direito delas, que ninguém pode retirá-lo de seus corações. Não creio que tenham ficado raivosas comigo, mas sim que estão imaginando como sair dessa sinuca de bico.

Fico por aqui.

Texto sem revisão.

SilvaGusmão