NAZISTAS EM SC
Prisão de jovens de uma célula neonazista em Santa Catarina.
Polícia prende grupo de jovens acusados de neonazismo em SC
Fantástico acompanhou a operação que desmontou célula neonazista com ramificações em Florianópolis, Joinville e São José.
Delegado alerta para os novos símbolos usados por extremistas.
A polícia prendeu um grupo de jovens acusados de neonazismo, em Santa Catarina, e faz um alerta para os novos símbolos usados por extremistas.
A operação foi na última quinta-feira (20), e o Fantástico acompanhou.
Em um lugar desconhecido, um homem ajusta uma televisão antiga, e o outro arruma um adesivo no centro da tela.
É um símbolo neonazista, uma caricatura criada para depreciar os judeus.
Era agosto de 2020.
“Nesses encontros, eles se diziam a nova SS de Santa Catarina. Realmente idolatravam esse grupo da época do nazismo”, diz um delegado da Polícia Federal.
A SS, abreviação de Schutzstaffel, era o bastião dos ideais do nazismo, o esquadrão mais leal a Adolph Hitler.
E o mais letal.
“A gente encaminhou alguns símbolos vinculados a essa investigação.
São símbolos pouco usuais, mas que são utilizados como forma de divulgação do nazismo em contraponto à suástica, que já é criminalizada.
A bandeira do Kekistão é uma bandeira supremacista, e outro bastante utilizado é o runodal, símbolo do alfabeto germânico antigo.
E ele é vinculado ao SS”, explica o delegado.
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A equipe do Fantástico acompanhou a Polícia Civil deflagrar uma operação para desmontar uma célula neonazista em Santa Catarina. A investigação começou em abril deste ano, quando um homem foi preso por tráfico de drogas.
Na casa dele, foram encontradas bandeiras neonazistas e uma arma de fogo ilegal.
A partir dessa apreensão, a polícia iniciou uma investigação cibernética que encontrou os vídeos que são exibidos com exclusividade nesta reportagem – as identidades dos integrantes não serão reveladas, a pedido da polícia, para não atrapalhar a apuração do caso.
A Justiça decretou a prisão de seis pessoas.
Os policiais foram em direção à casa de um dos membros dessa célula neonazista.
Ele mora numa das praias de Florianópolis, tem 22 anos e é estudante do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina.
O jovem interagia num grupo de mensagens com o nome “Aniversário do Führer” – palavra que significa “líder” em alemão e que era associada a Hitler.
Um colega diz: “Vamos matar mendigo amanhã”, e esse jovem responde: “Mendigo, nordestino... todos os mendigos, negros e nordestinos deveriam ser fuzilados”.
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Quando o primeiro membro foi preso, junto com as bandeiras nazistas, a polícia encontrou uma impressora 3D.
Ela era utilizada pelo grupo para fabricação de peças de arma de fogo, e eles estavam produzindo um protótipo uma carabina semiautomática em calibre 9mm.
Divulgada em fóruns on-line de extremistas, é uma arma que pode ser feita em casa.
No Brasil, isso é crime.
Em Santa Catarina, a mãe do rapaz preso contou à polícia que ele começou a se interessar por nazismo com o avô.
Além da mãe, ele mora com duas irmãs mais novas. Aos colegas, ele escreveu:
“Consegui uma boneca f***** que minhas irmãs jogaram fora, para nós pintarmos de negra e queimar, zoar, vestir ela de judeu.”
Nesta operação, a polícia prendeu três integrantes da célula em Joinville e um quarto membro em São José, na Grande Florianópolis.
É preciso lembrar que já havia um primeiro preso, por tráfico de drogas.
Ele tem 24 anos e é estudante de Engenharia de Agricultura.
Mas quem são os outros quatro?
Há um auxiliar de escritório, de 27 anos e formado em Comércio Exterior.
Na casa dele, encontraram uma espingarda calibre .32 ilegal e, também, munição.
Tem um estudante de Engenharia Automotiva, também da UFSC, de 21 anos; e outro que cursa Letras, de 20 anos.
O último, também de 20 anos, cursa Direito.
Na sua casa, foi encontrada munição deflagrada, que ele disse à polícia ter achado na rua.
Ele contou que a principal fixação com a SS era estética, porque a SS é muito bonita.
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A SS começou como uma milícia na Alemanha, antes de o nazismo tomar o poder, e se tornou o principal órgão de repressão e tortura. Foi a SS que administrou os campos de concentração e de extermínio, e o neonazismo tem crescido no brasil, de acordo com uma pesquisadora que estuda o tema há 20 anos e faz levantamentos periodicamente.
O integrante do grupo que era traficante tinha diversos conteúdos de ódio nos dispositivos: violência extrema aleatória, violência contra os animais e pedofilia.
Assista à reportagem, com imagens da operação, no vídeo acima.
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Fonte: Globo/Fantástico
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Fonte NSC