O PIB e a pobreza material e mental

Se fizermos uma busca na internet com os termos “PIB Argentina”, vamos encontrar manchetes ufanistas do tipo:

- “PIB da Argentina cresce 6% no 1º trimestre de 2022…”;

- “PIB da Argentina mantém impulso e cresce 6% ao ano no primeiro trimestre”;

- “PIB da Argentina no 4º tri sobe 8,6% na base anual e 1,5%, na trimestral ...”.

Com relação ao PIB do Brasil vemos afirmações como “PIB do Brasil ficou atrás de uma série de economias da América Latina”.

O Produto Interno Bruto (PIB) é calculado através de uma fórmula bastante simples:

PIB = C + I + G + X - M

onde C representa os gastos do setor privado, I representa o total de investimentos realizados na economia, G representa os gastos do governo, X é o total de exportações e M, o de importações.

Vamos supor que uma empresa privada resolva construir o maior navio do mundo e depois de gastos muitos bilhões de Dólares, ela descubra que de tão grande, aquela monstruosidade não vai servir para nada e ela ancorada numa enseada qualquer como monumento a burrice humana.

O valor gasto na construção do tal navio vai entrar no cálculo do PIB do país onde se situa o estaleiro, apesar de ter sido um total desperdício de recursos.

Temos muitos exemplos reais com referência ao fator “G” (gastos do governo) da fórmula.

No período dos governos militares no Brasil tivemos “grandes obras” como a Transamazônica e a usina nuclear de Angra dos Reis que ajudaram a criar a lenda do “milagre econômico” porque o PIB “cresceu” 8 ou 9% ao ano.

Essas obras logo se mostraram desperdício de recursos que foram tomados emprestados no exterior e que nós pobres coitados, o povão, tivemos que ficar pagando por décadas.

Posteriormente, nos governos do PT inúmeras obras (superfaturadas) do gênero foram iniciadas e muitas não concluídas, com grande ganho político para “o melhor presidente que o Brasil já teve” e mais prejuízo para nós, o povão, que não nos alimentamos de PIB.

Em vista disso, é patético o contorcionismo, semelhante ao das minhocas quando são retiradas da terra, que a imprensa e os inocentes úteis fazem para tentar nos convencer que economicamente o Brasil está pior do que todos os países da América Latina, inclusive do que a Argentina, Venezuela e Cuba, que estão perto da falência.

A brasilidade dessas pessoas é tão falsa quanto medir a riqueza real de um país pelo aumento do PIB.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 19/08/2022
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