“Pingo” é a maneira carinhosa que o gaúcho chama o seu companheiro e amigo cavalo, onde são companheiros diariamente nas lidas campeiras
“Quem sou eu sem meu cavalo
o que será dele sem mim
talvez, dois seres perdidos
a vagar pelo capim”
Pingo é a maneira carinhosa e tradicional que o gaúcho chama seu cavalo, às vezes também é chamado de matungo. O cavalo é o companheiro do gaúcho e do peão nas lidas campeiras e no Rio Grande do Sul o “cavalo crioulo” é um dos símbolos do estado.
Aqui no sul cada membro de uma estância, sejam as crianças, mulheres e homens, possuem um ou mais cavalos, seja para camperear, participar de concursos ou para desfilar no “Dia do Gaúcho”, em 20 de setembro, sendo que este anos depois de dois anos de pandemia, o desfile será lindo e emocionante.
A origem dos cavalos veio com as andanças de Cristovão Colombo, em sua segunda vinda a América (1493), onde na América Central trouxe um bom número de cavalos e ginetes para facilitar a colonização.
Esses animais se reproduziram abundantemente e grande parte, se tornou selvagem. Nos Estados Unidos da América receberam o nome de “mustangs”, no México de “mesteños”, na América Central de “cimarrones” e nos países platinos e no sul do Brasil de “baguales”.
Durante quatro séculos os cavalos adquiriram resistência às diferentes condições climáticas e alimentares, tornando-se fortes, rústicos e resistentes a qualquer clima.
Aqui no Rio Grande do Sul os estancieiros, cabanheiros, capatazes, peões de estância, tropeiros, campesinos e tradicionalistas, sabem da importância do Cavalo Crioulo para as campereadas, rodeios, uso no arado, carreiradas, apartação de gado, tiro de laço, paleteada, nas lidas diárias e no desfile do gaúcho.
Este mesmo pingo, tão querido e amigo do gaúcho participou das grandes batalhas no Rio Grande do Sul, e a principal delas, foi a Revolução Farroupilha (1835- 1845), na qual foi uma guerra de homens e cavalos valentes, nunca esquecendo das mulheres gaúchas que de um dia para o outro subiram em seus cavalos para cuidar da estância, dos filhos, do gado, dar conta dos negócios, etc, enquanto os farroupilhas iam para a luta a pata de cavalo e de lança na mão.
Nas estâncias o pingo é o parceiro, amigo e companheiro do gaúcho da manhã até o final da tarde, ele já conhece até o trajeto de suas lidas campeiras.
Cléo Trindade
“...O pingo para mim é o meu melhor amigo, onde eu encilho quando estou triste, quando estou com problemas, deprimido, em várias situações ele é o meu melhor amigo. Encilho ele e saio para o campo e só Deus sabe, ele toma conta de mim e me leva pelo campo a fora para que eu possa purificar meu corpo, a minha alma, o meu espírito, o cavalo significa muito para mim...”
Paulo Ricardo Estigarribia
...”O cavalo faz parte do meu dia a dia, é um amigo e companheiro de todas as horas, ajuda no trabalho, merece nosso respeito e gratidão...”
Tiago Souza de Freitas
...“ O cavalo é um ser magnífico”...
...”Em cada ronda da vida
eu tive um pingo de lei
montado, sou como um rei,
pelo garbo e o entorno.
Cavalo pra mim é um trono
e neste trono me criei”...