QUALQUER COISA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Qualquer coisa e nada é a mesma coisa, inclusive o conceito espiritual que cada pessoa tem sobre si e sobre os outros, tudo isso deve ser deixado de lado e/ou para trás quando esconder e/ou se falar de amor.

Infelizmente se aprende logo cedo, em tenra infância, a triste e infeliz lição de que cada pessoa é apenas uma "parte" espalhada e jamais um todo organizado e/ou uno, resta assim sem querer querendo e/ou não, um lugar intocável no coração de cada pessoa, algo e/ou qualquer coisa análoga ao sono, quando agente está sonhando. É assim que se adormece todos os santos e profanos dias de cada pessoa, na alegria e na dor, crente e não crente em nada e/ou em qualquer coisa, aí a mente se divide em diversos "personagens" incontáveis durante o sono, ainda assim, se não bastasse, cada personagem tem seus próprios objetivos, planos, viagens, caminhos, sonhos, mundos paradigmáticos pela frente a viajar e/ou percorrer, enquanto agente dorme, cada ser tem duas mentes, ao dormir a mente se divide em duas mentes e/ou partes, a única parte da mente que permanece intacta e/ou inalterada e/ou não afetada pelos sonhos é justamente a parte responsável pela respiração enquanto se dorme. Se tem respiração? Então está vivo(a). E isso, tem exemplos comprovados e se prova simplesmente quando presente em toda e qualquer pessoa desde que esteja dormindo, algo e/ou "qualquer coisa", impede que agente venha cair da cama, de puxar a coberta para se cobrir quando sente frio, etc. Então isso é prova que o ser é realmente "composto" por diversas partes espalhadas e nunca una e/ou única, um todo unido.

Então, somente ao acordar pela manhã e/ou a qualquer momento diário e/ou noturno é aí que cada pessoa se liberta ao acordar porque a mente se liberta das preocupações dos personagens e anseios "vividos" e/ou conflitantes durante os sonhos, de modo que somente a partir daí, ao acordar se sente pleno em tese "uno", livre e/ou liberto.

Assim como qualquer coisa, o sonho tem suas próprias leis, de modo que quando o indivíduo se acorda, se passa a acreditar na realidade do sonho, algo semelhante às fantasias que se tem durante o dia.

A Psicanálise Freudiana nos leva a acreditar que a mente humana cria amizades imaginárias nas vidas: infanto-juvenil, adulta e da melhor (pior) idade e se diverte durante os sonhos. Se vai e vem em sonho para qualquer lugar... sem sair do lugar. Daí porque cada pessoa tem sua identidade imaginária e acredita nela, “o ego”, alguma coisa totalmente diferente da identidade verdadeira cada "ser" existencial de carne e osso.

O sonho pode ser a incorporação do “som”, a premonição de um "alarme" de um desejo não realizado e/ou de alguma perturbação externa.

A mente é quem prepara essa engenhosidade de cada sonho e seus personagens “proditor” e/ou não para aparecerem reais, numa tentativa clara de querer se sustentar além da ilusão daí emanada.

E o “ego” também cria, recria e resiste a qualquer experiência de unidade, de amor e/ou de comunhão, isso porque é essa a essência real da segunda mente existencial em cada pessoa enquanto ser.

Nunca desista de seus sonhos!...

Ao se conhecer a plenitude da primeira mente e/ou "ego" se perde a força. Porém, o "ego" é programado diretamente para se defender, custe o que custar, o censo de realidade, por isso mesmo, ele está sempre à contra-atacar pelo sim e/ou pelo não, o mesmo que dizer: pelo bem e/ou pelo mal, pela vida e/ou pela morte, pelo sangue e/ou origem familiar, pela paz e/pela guerra, pela verdade e/ou pela mentira, pela justiça e/ou injustiça, pela educação e/ou pelo analfabetismo, pela democracia e/ou pela ditadura, pela fome e/ou pela barriga cheia, pelo alimento e/ou pela falta dele que sacia a fome e a sede, pelo ser e/ou não ser, pelo cavalo com e/ou sem sela, pela oportunidade e/ou pela falta dela, pelo sucesso e/ou pelo fracasso, pelo que tem e/ou pelo que não tem, etc.

O "ego" é a identidade autônoma, criado e mantido por cada pessoa diante das circunstâncias favoráveis e/ou desfavoráveis de cada instante e/ou momento, atira para onde se quer atirar, nunca quer ficar por debaixo de ninguém, não aceita perder nada, vive em conflito em sua experiência existencial de comunhão pura e simples para com outra pessoa, como sendo sua única inimiga. Aja fogo amigo. Ninguém tem amizade pura e verdadeira, tudo é mero condicionamento de tirar vantagens conhecidas e/ou desconhecidas, por isso os contrários e/ou opostos se atraem em tese.

Enfim, um exemplo típico disso é o caso de os amantes e/ou namorados de um dia estarem unidos, em céu de brigadeiros e em paz, porém, o dia seguinte pode ser desastroso para ambos. Diante de separações, divórcios, crimes, chantagens, traições, etc. O "ego" (é uma força interna sem motor de cada pessoa sem surto, surtando) que uma vez bem administrado é capaz de tolerar, suportar e vivenciar qualquer coisa, semelhante a "tapas e beijos", durante pouco e/ou muito tempo e até a vida toda, isso porque a cada instante, cada parceiro quer recuperar, retomar e/ou reconquistar o puder poder no direito de ir e vir sem dar satisfação um ao outro, inclusive o puder econômico e financeiro, o terreno que perderam, isso acontece em todas as experiências da realidade humana entre crentes e não crentes: na política, na religião, na educação, na ciência, na economia, na fé, no engodo e/ou cegueira ideológica e/ou doutrinária, na alegria e na tristeza, etc, é a atitude e/ou ato que cada ser tem de nunca desistir de seus sonhos... Não é por acaso de Fulano(a) e/ou Beltrano(a) nunca se comparam e muito menos se entendem. Claro! Se fosse o contrário, todo mundo pensava do mesmo modo e/ou jeito, tudo na vida seria "uno" em toda sua complexidade e diversidade, até as religiosidades e preferências políticas e esportivas não existiriam porque faltavam divergências para se multiplicarem como se multiplicam mundialmente diante dos anseios existenciais do ser humano.

Então nada importa, o certo pelo errado e o errado pelo certo, o dito pelo não dito, qualquer coisa pode ser fakes e/ou não, vale para quem inventa, acredita no que projeta, cria, "pare" e faz assumir e/ou se responsabilizar pelo que venha acontecer na realidade, isso é o “ego”, então serve qualquer coisa.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 23/07/2022
Reeditado em 23/07/2022
Código do texto: T7565965
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