Minhas mãos!

Minhas mãos!

Hoje falei com as minhas mãos. Foram elas que me ensinaram que os dez dedos contam os Mandamentos de Deus, entregues por Moisés. Cada dedo tem três falanges que indicam Pai, Filho e Espírito Santo.

São trinta nas duas mãos, os dias para cumprimos todo o mês dos anos.

Meus dedos indicativos têm obrigações denunciantes, os anelares carregam minhas promessas de fidelidade conjugal e profissionais.

Meus polegares são os menores dedos, mais forte que os demais, que trazem as minhas digitais.

É com eles que me identifico como indivíduo, isto é única, pessoa, indivisível.

São todos eles que gesticulo a linguagem da comunicação com os surdos.

Minhas mãos são uma pauta composta de cinco linhas e quatro espaços.

Nelas eu canto as sete notas musicais com bemol e sustenido.

Que tocam instrumentos de corda, madeira, metal e percussão, no concerto da vida. Apreendidos pelo canto dos pássaros o grito dos animais, assovio do vento e dos trovões, assistimos a sinfonia da natureza.

As mãos de nossas vias, as duplas e únicas contrárias aos sentidos de ida e vinda de direção.

Nossos trabalhos manuais que fiam, tecem, pintam, esculpem, cosem, semeiam, colhem e cozem nossa existência.

Em fim somos bonecos que Divinamente moldados e assoprados e ora expirado e enterrados a um palmo do solo torrão natal.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 17/07/2022
Reeditado em 01/08/2022
Código do texto: T7561672
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