ARTIGO – O Brasil pelo avesso XXIV

ARTIGO – O Brasil pelo avesso XXIV – 26.06.2022 (PRL)

A ser verdade essa onda que corre sobre corrupção no Governo Federal, decorrente de anormalidades no Ministério da Educação, que tinha como titular o Doutor Milton Ribeiro (afastado de suas funções), cabe uma pergunta simples: Será que um presidente, eleito pelo povo, democraticamente, em outubro/2018, com uma margem de votos bem razoável, teria necessidade de se apoderar de recursos financeiros do governo para o seu próprio bem ou de terceiros?

Daqui mesmo dou a resposta. Não tem lógica, porquanto os sufrágios que obteve não deixaram dúvidas de que o povo queria mudar os destinos do país, que caminhava para dias sombrios. E além do mais, teria a sua disposição bilhões e bilhões de dinheiro do povo, eis que a caneta seria seu principal instrumento de trabalho, tal como ocorrera em passado até recente, do qual todo o mundo tem conhecimento. Mas as oposições foram claras na época da posse, quando afirmaram que não iriam dar sossego ao presidente eleito e que ele não governaria esta nação. E assim vieram: óleo nas praias nordestinas, prejudicando o turismo, por exemplo, e outras ocorrências que não se podem chamar de acaso, salvo a pandemia do Covid-19, que abrangeu praticamente o mundo todo.

Corre, no Senado Federal, uma campanha para angariar assinaturas, a fim de iniciar uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – para apurar todas as irregularidades ocorridas na Pasta, dando-nos a entender que, realmente, as coisas andam na pior para quem dera causa a esses possíveis desmandos. À frente dessa nova comissão está o Doutor Senador Randolph Rodrigues (Rede Sustentabilidade - AP), eleito em 2010, seguido pelo seu colega de Casa, o conhecido Jorge Kajuru (PODEMOS – GO), jornalista esportivo, que passou por várias emissoras de rádio e televisão do país. Não sabemos da atuação do parlamentar nessa área esportiva, mas não se fala boa coisa dele nas rondas populares.

O Senador Randolfe, como é chamado, atuou na CPI da COVID-19, tendo lutado, ao lado do Doutor Renan Calheiros (PMDB-AL) e Doutor Omar Aziz (PSD-AM) pela queda do presidente Bolsonaro, numa atuação tida como desastrosa por muitos brasileiros, inclusive pelo tratamento agressivo que patrocinaram a algumas doutoras convocadas para depor, como as Dras. Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, as quais praticamente não puderam falar tudo o que queriam e desejavam, segundo observações, eis que eram perguntas em cima de perguntas, sem tempo para respostas, atropelando, por completo as audiências pertinentes.

Pois bem, essas ocorrências, de par com outras jornadas infelizes, por si sós seriam capazes de por em dúvida o que ocorrerá nesta nova CPI, que deve ser aprovada pelo presidente do Senado, Doutor Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que fora eleito pelo DEM. Será um grande palanque para os adversários, que querem porque querem tirar o mandato presidencial. O certo é que o relacionamento desse cidadão com o presidente Bolsonaro parece estar chamuscado, e veja que teve apoio do titular da República, nas eleições da mesa da Casa.

Pouco importa o lado em que estamos. O meu é o de fora, mas não gosto nada dessas afirmações do Presidente de que garante a honorabilidade de seus ministros. Ora, nem podemos garantir isso pelos nossos filhos, imagine-se para políticos profissionais, que vivem do ramo!

A minha impressão inicial é que organizaram esse golpe, que seria a última cartada na ânsia do impeachment do Presidente. Tem partido que alegou que somente teria candidato ao cargo se algo absolutamente anormal ocorresse no mandato atual.

Fico por aqui. Meu abraço.

SilvaGusmão