JUNHO E AS FESTAS JUNINAS

junho 01, 2022

Não sei se acontece com muitos daqueles que gostam de escrever. Mas com esse autor às vezes se dá um tipo de comichão, ou seria cócega, nos dedos da mão, que só cessam quando consegue desenvolver algo nesse sentido.

Por isso, mesmo que esporadicamente, ocupa-se esse espaço, que é destinado à expressões diversas. Sobre algo, alguma coisa ou até mesmo alguém. E assim é que hoje nossa presença se faz aqui neste espaço, para dissertar sobre algo de muito gosto, desde o tempo de guri.

A referência é sobre o mês de Junho. O das Festas Juninas, que hoje em dia sofreram tantas interferências desses modernismos, que elas já são também comemoradas nos dois outros meses subsequentes a ele, Julho e Agosto, gerando as tais de Festas Julinas e Agostinas. Seriam as tais coisas do que não tem o que fazer? Talvez.

Mas as tradicionais Festas Juninas são incomparáveis. Mesmo que já tenham sofrido muitas interferências e alterações, tais como as vestimentas dos componentes das famosas dança de quadrilha. Até mesmo alguns acréscimos nos passos destas. Daí se conceder um certo desconto a tudo isso.

O progresso foi responsável por muitas das mudanças. A primeira delas são contra fogos de artifícios e balões. Também sobre as bebidas. O tal de politicamente correto mudou muita coisa. E, de certa forma, para pior. Mas se não há outro jeito, levemos em conta.

Quando jovem, morando na periferia da cidade do Rio de Janeiro, um pouco distante do centro da cidade, o bairro permitia fazer uma festinha muito agradável. Terreno de chão batido, com árvores e relvas ao redor, havia espaço suficiente para uma pequena fogueira. E nela se colocava pra assar as batatas doces, as espigas de milho, e churrasco. Claro que não faltavam as batidas e o famoso quentão. Mas tudo dentro da moderação. Ambiente totalmente familiar.

Até mesmo balões, de duas ou três folhas emendadas, que eram feitos por esse mesmo autor, que adorava soltá-los à noite. E isso durou aproximadamente umas três décadas de vida. E nunca foram causadas nenhuma tragédia à nada, tampouco a ninguém. E os enfeites, como bandeirinhas, o chapéu de palha, uma calça remendada e uma camisa quadriculada (xadrez), compunham todo o necessário para uma alegria completa.

Mas é inegável que a maior alegria e felicidade eram as músicas desse período. Ritmos de quadrilha, forrós, baiões. Enfim, vários desses ritmos tocados nas Festas Juninas. E o principal artista delas era Luiz Gonzaga, o "Gonzagão". Um artista inigualável. Um dos melhores do mundo musical. Isso culminava com a dança da quadrilha, esperada por todos. Também as músicas de Gerson Filho não poderiam faltar.

Infelizmente a ação do tempo, mesmo que inconscientemente, interfere em tudo isso. Uma pessoa o sente com certa dor. Mas são coisas da vida. Não há como deixar de aceitar. Mas, pelo menos, quem teve a oportunidade de vivê-las, terá em seu íntimo e suas lembranças, os momentos inesquecíveis de sua existência.

Mas o principal quase foi esquecido. Lembrei-me dos americanos e suas capacidades aficionadas pelo Natal. Nisso eles são imbatíveis e o exploram, e curtem, de forma inigualável no mundo. Aproveitam os mínimos detalhes. Desde a festa em si, no aspecto religioso, bem como no social e, principalmente, no fraterno, haja vista que se envolvem de forma profunda no apelo familiar entre eles.

Cultivam fazendas de pinheiros, apenas para servirem de adorno nessa época. De todos os tamanhos. E as pessoas os adquirem e enfeitam tudo. Nos lares, nas ruas, nas praças, seja lá onde for. Também usam roupas especialmente para essa época. Muito enfeitadas.

Cidades inteiras são preparadas para essa época. Fazem desfiles, torneios e disputas com tudo o que se refere ao Natal. As músicas são exploradas ao extremo e é bem capaz de não haver artista americano que não tenha gravado um disco de músicas natalinas. E existem muitas que são famosas e gravadas por todos, só mudando seus arranjos.

Em matéria de comidas e bebidas, as variedades são incontáveis. E presenteiam cada um dos parentes e amigos, trazendo alegria geral. E a figura de "Santa", o famoso Papai Noel, é representada em muitas oportunidades e enfeites. Enfim, eles valorizam tudo o que se refere ao mês de Natal. Quase que inteiro.

Dessa forma, o brasileiro poderia voltar-se para o mês de Junho e as festas juninas. Aproveitar ao máximo, assim como os americanos, um período tão festivo e surpreendente. E estender para quase todas as cidades do país, independente da região em que se situam. Não traria nenhum problema à elas, com certeza.

Terceiro Milenio
Enviado por Terceiro Milenio em 01/06/2022
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