Vamos viver de Brisa!
Um poema sobre a lua, publicado aqui no Recanto das Letras pela Dama De Negro, reforçou em mim a idéia de que um dos grandes males da atualidade é que desprezamos os prazeres simples que a vida pode nos proporcionar em busca de diversão paga e sofisticada. Uma noite ao luar (apenas cuidemos onde!) pode ser muito mais gratificante do que qualquer jornada no shopping.
Bandeira nos brindou com aquele célebre poema, em que convida Anarina a viver de Brisa. O poema foi musicado por Paquito e interpretado por Maria Bethânia (vejam abaixo), o que nos dá nova possibilidade de apreciá-lo. Obviamente o poeta não se referia a uma vida sem trabalho. Agora me dou conta de que falava de desprendimento.
Assim é pois, meus caros poetas, cronistas, seresteiros, que não devemos perder mais tempo. Vivamos mais de luares e brisas, ao lado de Anarinas e Manuéis e quem mais queira trocar uma vida de angústia e apego à burrice, por sensibilidade e beleza.
Bandeira é sempre uma grande leitura.
Brisa
Maria Bethânia
Composição: Música: Paquito/ Poema: Manuel Bandeira
Vamos viver no Nordeste, Anarina
Vamos viver no Nordeste
Deixarei aqui, meus amigos, meus livros
Minhas riquezas, minha vergonha
Deixarás aqui, tua filha, tua avó, teu marido
Teu amante
Aqui, faz muito calor
No Nordeste faz calor também
Mas lá tem brisa
Vamos viver de brisa, Anarina
Vamos viver de brisa