MENU ALMOÇO DO IMPERADOR PEDRO II EM BRAGANÇA EM 12.11.1886

BRAGANÇA 1943

Livro de Nelson Silveira Martins e Domingos Laurito

Nesta manhã fria de outono saboreando o livro Bragança 1943 acima citado, entre as curiosidades, tenho a demandar o “menu gastronômico” do Almoço oferecido ao Imperador D. Pedro II, sua Espora a Imperatriz Tereza e sua comitiva, que incluía o governador da Provincia, na única visita do Imperador em Bragança Paulista-SP.

Em 12/11/1886, segundo publicação do jornal “O Guaripocaba”, vinha para Bragança Pta, pela única vez o Imperador D. Pedro II, e a Imperatriz Tereza Crista, e sua Comitiva, que incluía inclusive o Governador da Provincia, e foi recebido na Estação de trem desta cidade pelo Presidente da Companhia de Trem Bragantina, o Engenheiro Dr. Luiz Gonzaga Leme, o mesmo da geneologia Paulista.

Deu hospedagem e almoço aos augustos hóspedes e distintos cidadãos que os acompanhavam o Rev.mo. Sr. Conego Francisco Claro de Assis, que preparara os aposentos de sua residência com asseio e gosto verdadeiramente principesco.

O suntuoso almoço constou do seguinte Menu:

1º serviço

Rabanetes, azeitonas francaise, salame, omelete com camarões, peixe a escabeche e empadas, Presunto.

2º serviço

Peru a Imperial, peixe a maionese, costeletas de carneiro milanesa, empadas de camarões, tortas de caranguejos, Croquetes de camarões e tortas de galinhas;

3º serviço

Rosbeef a L’anglaise, carneiro com petits pois

Sobremesa

Creme de leite, bolos imperiais, massa-pães, pasteis de nata, tortas de doces, pudins de pão e de laranja, queijadinhas, tortas, rainha conserva-abricots, ameixas, pêssegos, damascos, peras. Café, leite e chá.

Bebidas

Bordeaux, chambertin, St. Emilion, Alto Douro, Porto extra, Porto lágrima, Malvasia, moscatel, tokay, elicot e licores.

Presente de meu amigo Dr. Mauro Nogueira, cidadão da Vila Bianchi, escritor capaz, que me cedeu esta grande obra de sua biblioteca com quase 400 páginas talvez no maior livro sobre a vida de Bragança Paulista-SP, do período de 1736 até 1943, falando de vários fatos e de vários cidadãos que foram importante para Bragança Pta neste período rico da história de Bragança, deste Estado e do Brasil, entre os fatos enfatizando a grande conquista da Estrada de ferro em 1884/1887, com investimentos particular de ilustre Bragantinos que acreditaram no progresso que isto traria para Bragança Pta. Bem como do movimento Republicano e da importância de Bragantinos como Honório Libero, para esta transição do fim da Monarquia e começo da Primeira República.

Ao ver o “menu”, fico imaginando da logística, para tantos frutos do mar para tal refeição em um período sem geladeiras, é logico que tínhamos então graças aos investimentos de Bragantinos, a estrada de Ferro, que tornou possível a visita do Imperador Pedro II, e sua comitiva de vir a Bragança Paulista, certo que nesta época ainda não tínhamos veículos motorizados a gasolina ou óleo diesel, sendo o trem um meio de transporte rápido considerado o que tinha na época.

1621 Na primeira metade do século XVII, precisamente em 1621, começou o uso do sistema de copos. Colocava-se um copo menor dentro de um copo maior e enchia-se de água entre o espaço entre os dois. O conjunto era coberto de neve e sal. O curioso processo de gelo artificial, rudimentar, foi adotado na França.1 de jul. de 2019

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Quando começou a fabricação de gelo: - Quem foi James Harrison?

Como foi feita a primeira geladeira doméstica?

A geladeira foi criada em 1856, quando uma fábrica australiana de cerveja contratou James Harrison para criar um sistema de refrigeração para seus produtos. O aparelho foi criado a partir da compressão de vapor. Uma técnica semelhante já era utilizada em 1854 pela indústria de carnes dos Estados Unidos.16 de mai. de 2018

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Sobre gelos e sorvetes no século 19, ou sobre como o capital cria novas necessidades

Joana Monteleone01 de Novembro de 2019 às 16:28

Ouça o áudio:

Frederic Tudor, o rei do gelo, criou um negócio baseado em cortar, embalar e exportar a água congelada no inverno dos lagos perto de Boston - Divulgação/Tudor Ice Company

Quando gelo tornou-se mercadoria e passou a ser cobiçado nos países tropicais

Em São Paulo de 1878, o jornal da cidade, a Província de S. Paulo, anunciava em suas páginas sorvetes, gelos e bebidas geladas servidas por estabelecimentos próprios: as sorveterias. Era anúncio estranho, já que nessa época ainda não existia eletricidade na cidade.

Sem geladeiras, como servir sorvetes e doces gelados? Essa foi uma das perguntas que atormentaram como historiadora da alimentação. Numa tarde de verão, em 5 de fevereiro de 1878, o jornal chamava os fregueses: “Haverá de hoje em diante, ao meio-dia, sorvetes, r. Direita, número 41”. Estranho.

Tanto que esta viagem medida em tempo conforme figuras abaixo, copia da pagina do referido livro de Campo Limpo a Atibaia o trem percorreu em das 8:17 as 9;10, e de Atibaia a Bragança Paulista das 9:10 as 9:53, uma média então de mais de 20 km por hora, o que poderíamos entender que daria para trazer do litoral em Santos para Bragança Pta, que nesta época passou a ser servida por trem em menos de meio dia, frutos do mar, para servir em “menu” desta iguaria em Bragança Paulista, mesmo sem precisar de gelo.

Interessante também achei o pudim de laranja, bem como outras guloseimas da sobremesa. 07/05/222

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 07/05/2022
Reeditado em 07/05/2022
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