O líder saudável
O livro “Liderança Saudável”, publicado pela editora Academia da Inteligência, do conceituado Prof. Alkindar de Oliveira é leitura indispensável para quem quer melhorar seu relacionamento interpessoal e intrapessoal. O autor prende a atenção do começo ao fim do livro, com linguagem objetiva e direta toma exemplos cotidianos para mostrar a aplicabilidade dos princípios básicos da liderança saudável, assunto este que discorre com exímia facilidade.
Ao caro leitor destaco o capítulo “Educação Espiritual”: A necessidade mais premente.
O autor conta um fato vivenciado pelo também notável escritor e professor Rubem Alves. Certa feita, o professor Rubem Alves esperava um grupo de candidatos ao doutorado em determinada universidade. Os alunos candidatos se prepararam para responder perguntas retiradas dos livros técnicos. O professor então utilizou inesperado expediente: pediu aos alunos candidatos que falassem o que queriam falar, nada de teorias expostas em livros e citações de outras pessoas. Que pensassem, que exercitassem a criatividade. O resultado foi que os alunos não estavam preparados para tamanho desafio. Haviam sido ensinados a repetir frases feitas, mas não a pensar. Craques na decoreba, medíocres na arte de externalizar pensamentos.
Interessante lembrar:
Não somos máquinas guiadas pela vontade e teoria alheia. Somos seres dotados de inteligência, capazes de distinguir, raciocinar, opinar, e, mais importante, criar.
Por isso o título do capítulo é bem sugestivo: “Educação Espiritual”.
Quem procura se achegar da educação espiritual vislumbra um horizonte além das teorias e formulas expostas nos bancos acadêmicos. Aprende a pensar. E pensar faz parte da arte da educação espiritual, porquanto mexe com as engrenagens interiores, educa sentimentos, provoca criatividade, aguça o senso crítico...
O modelo de educação vigente nas escolas e universidades deixa um pouco a desejar no quesito exercitar o pensamento. Existe a preocupação demasiada em transmitir informação e despreocupação em formar pensadores. Alunos saem dos bancos acadêmicos inchados de informação, contudo, incapazes de resolver situações que fujam do circuito do que lhes foi ensinado. Dia desses um amigo comentou que o professor na faculdade aplicou prova, porém, substituiu algumas palavras por sinônimos. O resultado foi desolador: os alunos ficaram perdidos, sem saber o que fazer e como agir diante de palavras diferentes daquelas com que estavam acostumados.
O mesmo ocorre no ambiente empresarial: alguns líderes transmitem informações à seus liderados de forma equivocada. Simplesmente dizem: “Você deve fazer isso!” “Você deve fazer aquilo!”. Entretanto, não explicam o porquê eles devem agir dessa ou daquela forma. Esses são líderes medíocres porque consideram que estão lidando com máquinas e não com seres humanos dotados de capacidade de pensar. Líderes saudáveis convidam a pensar, a exercitar o raciocínio. Líderes saudáveis mostram o caminho, mas deixam que os outros desenhem a forma de caminhar. Líderes saudáveis não subestimam o ser humano, ao contrário, valorizam.
Fica, pois, o convite para pais, educadores, líderes e demais pessoas: transmitir a educação espiritual àqueles que estão conosco na escola da vida. Muito mais importante do que respostas prontas é o convite ao uso do raciocínio que abre as comportas da criatura humana para suas potencialidades, mostrando que todos somos capazes de criar, fazer, vencer, progredir e aprender.