De sol nascente a estrelas da boemia

     Numa bela manhã, eu e o Landro Oviedo estacionamos o carro em frente a um café diferente, que recém havia sido inaugurado. Ali havia mudinhas de belas folhagens, produtos locais, artesanatos, produção rural de pequenos agricultores, vinhos, queijos, mel, livros de escritores e de poetas guaibenses e muitos itens que os turistas amam levar para casa, sem falar nas belas camisetas com frases de efeito. Cada um que chegasse era bem recebido e ainda ganhava um pacotinho de sementes de girassol e explicações de como cuidar o desenvolvimento da plantinha. Instantes antes dessa interação, desci do carro e fui até uma agência bancaria e voltei em seguida. Foi nesse ínterim que chegou o proprietário, o jornalista responsável pelo Jornal Nova Folha, do município de Guaíba, que também é professor e vice-diretor da Escola Gomes Jardim, idealizador do festival de cinema e, juntamente com Alceu Serafini, mentor do grupo da fotografia, com aulas focando o tema da arte nesse nobre ofício. Fiquei imaginando: só podia ser professor e jornalista para ter essa determinação para empreender num negocio a mais para cuidar. Mas de quem estou falando? De Valmir Michelon. Valmir, com seu jeitinho contido, quieto, de poucas palavras, chegou abrindo o estabelecimento e o Landro Oviedo, também jornalista, curioso, já desceu do carro para conversar e indagar sobre o espaço tão agradável. Os dois se apresentaram e dali nasceu uma grande amizade que dura até hoje e, para o Landro, o Espaço Sol Nascente (Sete de Setembro, 296) tornou-se o ponto de referência da cultura local e de bons bate-papos.

     O engraçado dessa descoberta foi que, assim como eu, o Landro Oviedo e amigos assíduos do local foram transformando aos poucos o ambiente diurno num ambiente boêmio, onde ficamos até tarde recitando poesias, bebendo suco de uva natural, vinho, cerveja artesanal, muito boa por sinal, degustando petiscos saborosos preparados por Michelon, que até na cozinha se sai bem.

     Vale citar na íntegra a fala da amiga Denise Rehbein Motta: “O nosso amigo Michelon pensou que abriria pela manhã ficando até às 18h, vendendo apenas camisetas, livros, cafezinho com pão de queijo, doces caseiros, sucos, umas lembrancinhas e encerraria o dia lá pelas 18h”. Só que não!

     Hoje suas noites de sexta-feira, sábado e domingo estão para nós, seus amigos, num espaço cultural de referência no município e que vale muito a pena visitar. As olheiras do Michelon devem ser debitadas em nossas contas.

 

Rejane Pinheiro
Enviado por Rejane Pinheiro em 19/04/2022
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T7498610
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.