PORTO ALEGRE, ESPELHO DE PAIXÕES

     Porto Alegre completa 250 anos. Eis um aniversário comemorado por todos os gaúchos, aqui e por todos os cantos deste país e até no exterior. Esta cidade, que nasceu com a vocação de ser um porto seguro para todos os rio-grandenses, hoje se mostra pujante desenvolvida, adotando traços de grande metrópole sem esquecer seu passado provinciano, com hábitos que os porto-alegrenses mantêm arraigados, como as rodas de chimarrão nas praças ou na orla do Guaíba.
     Dizem que a capital do RS tem o mais lindo pôr do sol do mundo. Quem o vê percebe que é difícil contestar essa afirmação. Porto Alegre é recanto amado pelos seus moradores e cantada em versos e prosas pelos seus poetas e escritores, como Mario Quintana e Darcy Azambuja. Porto Alegre é moderna, com as mais proeminentes instituições de ensino e de saúde, com uma paisagem ricamente arborizada, com um Mercado Público que é referência para sua economia e para o ganha-pão de milhares de pessoas. Porto Alegre do rebuliço dos estudantes, da gente apinhada na Rua da Praia, do comércio, do turismo, da sua pouco conhecida área rural, dos acontecimentos históricos, como a Campanha da Legalidade, Porto Alegre do amor à leitura, com a realização da maior feira do livro a céu aberto da América Latina. 
     São tantas e tantas coisas a falar sobre Porto Alegre que a memória trai até mesmo o mais atento observador. Tudo o que se disser sobre a cidade, que nasceu com os casais açorianos e depois se tornou cidade universal, incorporando etnias e sediando o Fórum Social Mundial e duas Copas do Mundo, ainda é pouco diante de sua exuberância com atrativos naturais e culturais, banhada pelas águas do Guaíba, urbe onde reverbera a vida e se entrelaçam sonhos e destinos. Cabe exaltar a todos que um dia envidaram o melhor dos seus esforços para fazê-la ímpar, apreciada e valorosa. Porto Alegre nos dá guarida e a garantia de que temos no mundo um lugar para chamar de nosso e, assim, garantir que a sensação de mútuo pertencimento seja real e correspondida.

 

(Editorial do jornal Correio do Povo em 26.3.2022)

Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 26/03/2022
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