DINHEIRO PÚBLICO NÃO É CAPIM

A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Maria de Faria, esbanjou a cifra de um milhão, 150 mil reais para inaugurar a Ponte de todos Newton Navarro, uma obra grandiosa que custou aos cofres públicos 194 milhões de reais e que, segundo o Ministério Público, foi superfaturada. O caso está sendo investigado e só tempo dirá se realmente houve gasto excessivo.

O fato é que os números utilizados para se falar na ponte são enormes e impressionam pela grandeza. A plataforma da ponte, por exemplo, tem 55 metros de altura e 22 metros de largura sem contar com 1,8 Km de extensão. A previsão é a de que mais de 60 mil veículos irão circular sobre a construção, projetada para o tráfego de 60 mil veículos.

Além dos números, também impressiona e revolta a facilidade com a qual os políticos esbanjam as verbas públicas, sem a menor cerimônia; sem a preocupação em fazer economia, como se o dinheiro do povo fosse capim que é facilmente encontrado à beira dos rios.

O valor que a governadora utilizou na realização da festa inaugural da ponte, segundo publicação da imprensa local, daria para adquirir 40 veículos zero quilômetro, pagaria 1.250 computadores para as escolas públicas, ou poderia ser aplicado na construção de algumas casas populares.

Este valor também poderia ser bem aplicado na saúde pública, em investimento para melhor equipar a Polícia do Estado; melhorar as instalações físicas das escolas, enfim, daria para fazer uma infinidade de coisas mais significativas para a população.

A quantidade de dinheiro utilizado para a festa de inauguração da ponte também impressiona, especialmente porque a própria governadora vive reclamando da falta de recursos para pagar salários mais dignos aos médicos e aos professores, categorias que vivem fazendo greve e ela, sem um pingo de sensibilidade, finge que o problema não é dela.

Nem mesmo o número de pessoas, principalmente idosos e crianças, que superlotam os corredores do Hospital Walfredo Gurgel, conseguem tocar o coração da governadora, que certamente, já está preparando seu abada para brincar o Carnatal no Burro Elétrico como faz todos os anos.

Pelo valor gasto na festa da ponte, percebe-se que o Rio Grande do Norte não é assim tão desprovido financeiramente como a classe política faz questão de mostrar.

Quanto tempo um trabalhador norte-rio-grandense levaria para juntar o mesmo valor monetário que a governadora gastou para organizar a festa? Ora, considerando que a classe trabalhadora do Estado ganha em média, um salário mínimo por mês, seriam necessários mais de 250 anos para juntar a importância de 1 milhão, 150 mil reais. Nem mesmo um urubu vive tanto. Mesmo que o sujeito vivesse economizando e fizesse a dieta do sol, aquela na qual o indivíduo sobrevive somente dos raios solares e líquidos, uma vida só não daria para juntar tal valor.

É revoltante ver a forma irresponsável com que os políticos brasileiros gastam as verbas públicas; sem a menor cerimônia e sem a preocupação em fazer economia; como se o nosso dinheiro fosse capim facilmente encontrado à beira dos rios.

Não faz muito tempo que a imprensa nacional publicou os gastos astronômicos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Numa feirinha mensal, por exemplo, Lulinha da Silva esbanja mais de 80 mil reais com a maior facilidade. E sabem por quê? Porque a grana não sai do bolso dele.

De acordo com as notícias veiculadas na imprensa, a feira do presidente, conta com sete toneladas de açúcar, duas toneladas e meia de arroz, 400 latas de azeitona, 600 quilos de bombons, 800 latas de castanhas, 900 latas de leite condensado, dois mil vidros de pimenta, dois mil e quinhentos rolos de papel alumínio, quatrocentos vidros de vinagre, quatrocentos e sessenta pacotes de sal grosso, seis mil barras de chocolate, entre outros produtos. O pior é que pelo prazo das licitações, tudo isso deverá ser consumido em 120 dias. Onde será que ele entoca tanta comida?

A farra com nosso dinheiro não para: As despesas com o gabinete de Lula ultrapassam a cifra dos 300 milhões. No governo FHC o valor era de 38 milhões. Mas Lula é muito bonzinho. O ano passado ele assinou o decreto de número 5.087, aumentando de 27 para 55 seus assessores especiais diretos. E haja capim.