DUAS LUAS LINDAS
O tempo de hoje é o nosso bem maior. O que vale mesmo é aproveitar todo este transcurso com liame amoroso. Percebo bem que isto ocorre entre nós, não há óbice. A intempestividade não tem regras para vazar nosso sentimento. Porque o tempo gasto é o fascínio de uso aproveitável para o casal, com as mãos dadas, passeamos por campos, onde há vida vegetal e nos aguça ares de harmonia. O tempo, em regra, não censura o exaurir do caminho para haver descobertas e contemplar o encanto. Assim corações são como badalos de sinos que tocam em catedrais de cristais. O alerta é ter cuidado entre todas as palavras, a serem recepcionadas sempre com meiguices entre frases, quando o duelo se situa no solo da razão. Porque o amor pode ir morrendo em cada segundo e o sentimento é levado pela correnteza do rio para o mar. O necessário é dá continuidade nas emoções. Porque as antigas vividas serão esquecidas e nunca serão as mesmas do que foram fotografadas. Assim acontece nos rituais dos jogos de amar. Antes de pensar em si é preciso lembrar de pensar primeiro um dentro do outro. Convém saber que o amor é íntimo e somos sujeitos em admirar aventuras, por lugares desertos, onde a sede é primordial para haver cumplicidade. Sem discricionaridade, temos a lacuna cheia da mesma opinião advinda dos corações, apesar das silhuetas distintas. Não fingimos sermos fortes. Adstrito a tua nudez que enlaça a minha e se concilia, porque nossas próprias cicatrizes são sementes de almas onde o tempo vivifica. O impulso e deslumbramento que se reparte entre teus cabelos, é o caminho de um fascínio indubitável. Faz-me acreditar. O quanto esse amor é sereno em todas as estações, que passam por crenças. E não me fez ver por sonho de um retrovisor, as tuas imagens distorcidas e se afastando de mim, por inúmeros tropeços . Quanto aos frutos orvalhados no estado gostoso, deixamos o lençol úmido, com o estreito de corpos . E tão logo, adormeces no meu peito, entre calmas pulsações. Reflete pelo espelho do quarto, a curva mais acentuada da nudez, fração uno e ímpar de numerador e denominador, na divisão de duas luas lindas.