“FORÇAS DA NATUREZA – EM CADA CANTO CADA UM CHORA O SEU PRANTO”

 

Em 2010/2011, portanto, uns 12 anos atrás escrevi dois artigos, que parcialmente reproduzo abaixo, falando sobre a convivência inamistosa do homem com a natureza e a incapacidade dos políticos de lidarem com esta questão.

Desde que o mundo é mundo, sempre existiu as chamadas Tempestades, e o homem, de certa forma, sempre conviveu com isto. Em pleno século XXI, o homem evoluiu, suficientemente bem, para entender, plenamente, as forças da natureza. Os desmatamentos, as queimadas e o avanço desordenado das encostas dos morros e das margens dos rios ferem a natureza de morte. Seus espaços são ocupados sem o menor cuidado, num total desrespeito e afronta às forças da natureza. Está mais do que provado, historicamente, que toda força e energia da natureza são medidas pela dimensão das tragédias. Mesmo sabendo disso tudo, o homem continua desafiando e convivendo numa relação inamistosa de causas e efeitos destrutivos com a natureza. As chuvas torrenciais que deveriam sedimentar todo o entorno das matas, fazendo com que as árvores aprofundassem suas raízes, acabam arrancando-as de vez dos solos exauridos pela ação do homem. A água que deveria ser uma fonte natural de vida acaba se transformando numa catástrofe terrível de dor e destruição. A natureza agredida e maltratada não reclama, simplesmente, reage querendo seus espaços de volta.

Cito Spinoza: “A natureza não tem nenhum projeto para a humanidade”. Portanto, se torna imperioso viver em plena harmonia com ela, respeitando os limites mínimos de seu habitat.

Por fim vale destacar o seguinte: Aquilo que para nós não passa de uma “Grande Tragédia Anunciada”, os governantes costumam resumir num simples eufemismo, “Fatalidade”. E esses políticos, o que dizem esses políticos, as chamadas autoridades públicas? Bem, nestas horas costumam culpar seus antecessores, principalmente, se forem da oposição, por obras de infraestruturas que nunca foram realizadas. Jogam a culpa em São Pedro, alegando que ele deixou as torneiras abertas por muito tempo, já que as chuvas que se abateram sobre a cidade por algumas horas seriam, na realidade, as chuvas de um mês inteiro. Portanto, chamam, também, São Pedro na lide e culpam-no por tamanho despropósito. Prometem que vão tomar todas as providências que forem necessárias para aliviar o sofrimento da população afetada e que, vão resolver o problema, até que o sol retorne outra vez e a população esqueça as promessas feitas.