Identidade
Nós , seres humanos, somos diferentes uns dos outros , mas por mais evidente que assim seja, são diferenças que não conseguem nos separar. Não são elas, por si só, a determinar desagregação nem afastamento da espécie humana.O homem é por natureza um animal social por excelência .
Por mais diferenças que existam, amar a vida e amar o próximo é uma tomada de consciência para valores de crescimento e evolução , é a razão da existência dos seres vivos mas , desde o momento que queiramos nos reconhecer como parte de um imenso universo de futuro e projetos de vida .
É uma tomada de consciência. É vivência, são conquistas sim, e o tempo ajuda-nos a entender isso. Precisamos uns dos outros, sejam quais forem as diferenças entre nós. Nem sempre é assegurado o caminho pacífico pois as diferentes identidades tendem a revelar-se marcantes quanto mais o tempo passa e a vida mais nos exige e cobra. E, isso quase que proporcionalmente. Dividiria a vida em 3 fases: infância, essencialmente pacifica e harmônica, idade adulta e idade madura. É na idade adulta , a das maiores responsabilidades tanto familiares quanto sociais, que mais essas diferenças nos desafiam e a vida mais se torna estressante. Mas, o tempo é um aliado , e um dia saberemos que é possível conquistar-se também mundos próprios, a sós, ao lado de outras vidas e outros espaços. É a idade madura. É lindo sim, vermos todos juntos numa família tradicional, vê-la duradoura e a cruzar um tempo que afirma: -“ todas as diferenças foram vencidas, e valeu a pena”! Mas, igualmente lindas são conquistas de vidas a sós, vidas realizadas.Serão igualmente pessoas felizes! Porque não?
E é cada vez maior o numero de pessoas que se assumem sós, e realizadas.
Embora eu acredite que tenha sido a idade moderna a fazer do homem um ser individualista, entendo que a nossa identidade , marca do nosso ADN, assuma também uma parcela de culpa no afastamento entre pessoas .Não determinante mas, como herança genética e portanto única pois não podemos encontrar no outro uma extensão de nós mesmos. Dizem os poetas que sim, que o amor nos faz ser extensão do objeto amado mas ...são poetas! Ora, ora , seres iluminados e predestinados existem, mas onde estão eles neste mundo de sobreviventes seres comuns ? A realidade dos relacionamentos humanos é outra. A grande maioria tem de viver, e sobreviver , entre desafios. Não alimentemos fantasias , apenas porque talvez precisemos delas para encarar o lado opressor da vida.
Somos pois, todos diferentes .O ciclo genético é imutável e não há como ignorá-lo; nos decepcionamos ao não sermos aceites nas nossas mais genuínas convicções e vontades próprias e isso , por vezes nos afasta sim, uns dos outros mas não nos deixemos abalar por condutas padronizadas , previsões ou predestinações e façamos força para nos inserirmos num mundo de maior união e fraternidade.
Sem dúvida que o homem é um animal social e portanto não pode ser privado de viver em sociedade, sejam quais forem as diferenças .
Lana