Continuação da discussão sobre as origens do universo ou da realidade
Sempre o alerta de pedantismo crônico
A realidade ou a existência, a condição de realidade, surgiu a partir da inexistência; tudo veio do nada, mas mesmo o nada ainda pode apresentar uma variação de inexistência, de tal maneira que, a realidade multidimensional ou contrastante em que existimos pode ter vindo de um nada intermediário.
A existência é intrinsecamente uma necessidade, que é por si mesma uma desordem, de render-se à entropia ou de buscar por um equilíbrio, e o universo em que estamos é um exemplo bem sucedido de busca pelo equilíbrio.
O nada absoluto talvez exista, se partindo do pensamento lógico humano de que "nada surge do nada" ou de que "tudo surge de um algo; tem que ter uma criação ". Mas também pode ser possível que tudo tenha surgido do nada, de um nada mais intermediário e que, por sua vez, surgiu literalmente do nada, sem ter uma explicação plausível aos nossos ouvidos.
Como se o nada absoluto fosse uma sincronia perfeita de padrões anti-dimensionais ou anti-materiais, no sentido de "existir como inexistência". Como se fosse um assobio perfeito, sempre seguindo na mesma direção ou produzindo um mesmo som ou onda, e o nada intermediário surgisse a partir do momento em que esse assobio começasse a rodopiar ou a errar sua não-trajetória surgindo lentamente uma sinfonia de dimensões; a gestação múltipla de erros de um sistema que se reorganiza ou readapta a partir desses erros e gera um sistema inverso, da perfeição absoluta, de nenhuma necessidade de existir, para a imperfeição absoluta e, então, uma necessidade de dar ordem ao caos. Neste sentido, a vida pode ser percebida como um reflexo em escala mínima da trajetória do próprio universo, com direito à absoluta inexistência, a um estado intermediário entre inexistência e existência e à sua origem, também como um erro ou mutação de um sistema que gera a sua versão anti-sistema (biogênese primordial: o evento único em que o "inanimado' "gerou' o seu oposto) evolui e se prolifera para sobreviver, isto é, que "escolhe" a necessidade de buscar pelo equilíbrio do que se render à entropia.