FIM DE ANO; FIM, DE TUDO!

 

Chegamos  ao fim de mais um ano, este que já estamos a chamar de “velho”, pois aguardamos ansiosos àquele que para nós, será, um novo recomeço uma nova vida. É que o velho sempre dará lugar ao novo, saindo de cena e deixando de existir. É assim com quase tudo; com a geladeira, o sofá, o computador, o carro, as roupas, até mesmo a nossa aparência. É preciso se desfazer do velho, pois tudo que já não presta servirá apenas de entulho para nós, e, nessa altura, é preciso descartar tudo o que é velho, e ruim;  do contrário, o novo não vem.

 

 

Fim de ano é fim de tudo; muito, embora, não tenha sido na vida de muita gente, porque a maioria das pessoas se preocupa apenas com o laico, com o secular. São extremamente materialistas e hedonistas; por essa conta, se esquecem de mudar o mais importante, aquilo que é de maior valor, o espiritual. Esquece-se de que, aquilo que é material fenecerá com o tempo, pois, está sujeito à decadência ou à depreciação. Foi o que Jesus ensinou quando disse: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre à terra, onde a traça e a ferrugem corrói e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam...” (Mt 6.19).

 

 

As orações ouvidas ao fim da virada de cada ano são: senhor me dá um carro novo, uma casa nova, um emprego novo; quero minha promoção, um marido novo, uma mulher nova; quero isso, aquilo, e por aí vai. Não se ouve alguém orar chorando e dizendo: Ó!? Deus! Quero que hoje seja o fim de uma vida de pecado. Que tu possas matar em mim toda a carnalidade que tem me afastado de ti e das verdades eternas! Quero Senhor, que hoje seja fim de tudo que não presta e de tudo quanto tem entulhado minha vida até agora. O fim desta minha ruindade e do ódio que carrego dentro do meu peito contra aquela pessoa; quero que seja o decesso dessas minhas intolerância e ignorância para com as pessoas. Quero que seja a morte do meu ego e o declínio desse meu temperamento mau. Destrua Senhor as fortalezas desse meu coração empedernido para que com ele morra o fim da falta de perdão, o egoísmo, o orgulho, a inveja; quero o fim da falta de caráter em mim, o cessar dos palavrões, dos enganos e das mentiras. Quero a finitude das encrencas que tenho com as pessoas com quem me relacionei; quero o perdão para as traições cometidas contra aqueles que me amam e dedicam suas vidas a mim. Quero a despedida dessa velha vida e abraçar um novo viver ao lado de todos aqueles que me cercam e que me amam. 

 

Preciso de um ano novo Senhor, um ano novo de verdade! Pois, sei, que o ano somente será novo se me predispuser a mudar tudo que não presta dentro de mim e manter obstinado a cumprir todos esses pedidos feitos a Ti. Tendo coragem Senhor de fazer essa oração fazendo um propósito com Deus de que mudarei a mim mesmo custando o que custar, o ano me será de fato, novo. Não quero mudar os outros, quero mudar em mim, tudo quanto precisa ser mudado, ai, eu terei não só um ano novo, mais, uma vida nova, amores novos, pois serei um conquistador de corações. O ano novo me será novo, pois terei um milhão de amigos. Tornar-me-ei mais santo aos Teus olhos e me aproximarei mais de Ti. Entretanto, se eu não mudar, nada será mudado. Nada será novo. O ano continuará sendo um estender deste ano que deixamos para trás. Tudo será mesmice.

 

 

Meu caro, amigo leitor! Essa é a oração que deveríamos fazer na virada do ano. Uma oração desprendida da materialidade. Desprovida do senso egoísta e hedonista, mas carregada de um amor altruísta, vivendo um para o outro como propôs nosso Mestre Jesus Cristo.

 

 

Mude, seja melhor! Difira, faça a diferença! Há muita gente que entra ano, e sai ano, fazendo promessas de mudanças, e não muda! Não cresce como pessoa; como ser humano. Não constrói, não empreende, não aprende, não se desenvolve, continua velha. Velha por dentro, e velha, por fora. Vive na ilusão de sempre esperar todo fim de ano, um ano novo!