Não há compreensão sem contestação.
Não há compreensão sem contestação
Para o ser que precisa indubitavelmente de entendimento do mundo onde respira, e das coisas sensíveis, é, portanto, inconcebível que possa vir á superfície humana alguma forma de evolução racional sem que haja debate e contestação. Todos os saberes produzidos e armazenados pelo homem desde o prelúdio da nossa história escrita, destes, só os que foram contestados e reavaliados, prevaleceram e subsistiram, pelos seus princípios ou sua base que aceitaram uma mudança de pensamento. Nesse contexto, quero apresentar um tema para uma sincera reflexão isenta de afinidades partidárias ou filosóficas. Para tal intento ser bem-sucedido, trago a lume um pensamento de Sartre...
Nossos professores com raras exceções, pensam que têm a verdade, a forma ideal e definitiva para educar seus intrépidos alunos... acreditam que por terem feito um mestrado, uma tese vazia sobre um tema especifico sejam portanto infalíveis nas suas formas de avaliação...ainda mais grave são seus posicionamentos arrogantes e hierárquicos criando um abismo e entre quem ensina e quem precisa aprender.
Já presenciei jovens e veteranos mestres introduzirem um tema para estudos, depois de indicar algum teórico ultrapassado, e no dia do debate não apresentarem nenhum domínio do assunto em questão, e quando sabem algo sobre a teoria em discussão não permitem que os alunos tragam para a sala de aula aquilo que assimilaram do autor. e o que dizer das arcaicas provas bimestrais? Ainda se fazem as perguntas com uma total falta de responsabilidade e criatividade que assusta até aqueles que realmente acreditaram na falsa erudição dos seus inquisidores.
Antevejo o caos, se é que já não estamos vivendo esta que é a pior era do saber. Identifico o problema com uma facilidade quase vulgar. A causa está na raiz de uma árvore exuberante de aparência inebriante, a instituição de ensino superior particular que engana a maioria tola com uma propaganda falsa de que o saber é direito de todos, e que sua acessibilidade é igualitária. A primeira afirmação deveria ser veraz, mas sabemos que não é bem assim, não se trata de direito, uma vez que o estado não cumpre com eficácia e responsabilidade seu sumo dever.
Voltando aos nossos professores, que repetem suas teses pelo resto da vida, que muitas vezes ficam obsoleto seu ensino e o seu saber... Não há, portanto quem julgue aqueles que mantêm a Toga de juiz por toda vida. Há, no entanto alguns métodos de avaliar alunos; são tantas as siglas que não vale a pena citar para não confundir a cuca dos nossos malogrados estudantes. Em curso está uma discussão pertinente com este tema relação aluno-ensino superior. A OAB é quem não sei por qual direito, quem julgar os cursos de sua área de ação, será necessário, portanto, que se crie algo similar em todas as disciplinas para regularizar e fiscalizar o ensino de um modo geral? Não vejo com bons olhos. O fato da OAB exercer o único papel de juiz está causando um grande mal ao direito, não se oferece mais cursos com base nos princípios originais e sim com uma única preocupação técnica que pode em curto prazo destruir o que o ser humano tem de mais bonito, que é seu sentimento e sua subjetividade. Teremos em breve espaço de tempo juizes e advogados mais insensíveis do que pode lhes causar sua doutrina máxima do estrito dever ao cumprimento da lei.
Evan do Carmo 19/11/2007