ARTIGO – O Brasil pelo avesso – XVII – 15.12.2021 (PRL)
ARTIGO – O Brasil pelo avesso – XVII – 15.12.2021 (PRL)
Vejo, sem boas perspectivas, o Brasil ir-se afundando aos poucos, contrariamente ao que prega o grande economista, Doutor Paulo Guedes, Ministro da Economia do atual governo do presidente Bolsonaro.
É que com a inflação disparando, notadamente para os pobres, a imagem do capitão vai decrescendo no meio da população que o elegeu, e o pior é que insiste e aposta na permanência desse respeitável cidadão à frente da economia nacional. Isso vai tornando o mandato susceptível de reparos, e ainda por cima poderá levar a que boa parte dos que o elegeram, em 2018, mude de opinião e passe a dar apoio a uma terceira via, enviesada, e com discursos previamente encomendados e decorados, como ocorre com o pré-candidato, Doutor Sérgio Moro, que foi excelente Juiz no caso da Lava-jato, cujas sentenças, várias, foram anuladas pelo STF.
Hoje mesmo, por volta das 13.00 horas, houve uma entrevista da Jovem Pan com esse ex-juiz – que fora considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal --, o qual já se mostrou mais preparado e até bem mais treinado pela equipe de técnicos que o assessora, tendo se saído razoavelmente das perguntas que lhe foram formuladas, agradando àqueles que o apoiam na corrida presidencial. Causa espécie esse cidadão e o próprio STF não terem notado antes que a esfera de jurisdição não era própria para o Ex-ministro da Justiça atuar na Lava-jato.... que coisa!
Num país em que todo dia aparece um escândalo e ou noticiários de problemas adversos, justamente para provocar pronunciamentos dispensáveis do nosso presidente, e o pior é que ele entra de graça nessas discussões, quando o melhor seria ficar calado, a fim de não atiçar ainda mais os ânimos já bastante exaltados de todos os lados. O silêncio, por vezes, é a melhor resposta.
E então surgem as pesquisas (confidenciais, ao que parece), colocando o ex-presidente e ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva como em primeiro lugar, isso até mesmo num possível segundo turno das eleições presidenciais do próximo ano. A verdade é que nas aparições do presidente atual, em público, é sempre aclamado por verdadeiras multidões, até mesmo em redutos tidos como privados da oposição.
Quero acreditar que essa política econômica vem trabalhando e muito contra o governo, porquanto várias “reformas salvadoras” já foram feitas, mas nada de melhorar a vida dos que mais necessitam e da classe média. De nada adianta a concessão de dinheiro vivo aos mais carentes se, do outro lado, a inflação corrói abruptamente os nossos capitais; e o discurso de sempre continua a dizer que as coisas vão melhorar, transferindo o enterro da viúva mais pra frente...até quando?!
Esses recursos volumosos de que dispõem os políticos, sejam do fundo partidário, sejam de emendas particulares e a qualquer título, além de ser uma vergonha, embora alguns venham de muitos anos, servem como arma de campanha para a reeleição dos deputados e senadores, mas é necessário que o povo saiba e entenda que esse dinheiro é seu. E se você nunca pagou impostos na boca de caixa dos bancos, por exemplo, recolhe-os quando adquire quaisquer bens, eis que já embutidos nos preços finais.
Também sinto que não há mais tempo de se recuperar o que se perdeu, mas a perda foi mínima, falta menos de um ano para as próximas eleições. Por outro lado, o Congresso Nacional, vez em quando, dispensa empresas de recolhimento de impostos, desonera folha de pagamento, isso sem contra partida ideal, fato que vai obrigar a que se belisque, mais uma vez, os salários do povo; inclusive há possibilidade (opinião particular) do retorno da velha e combatida CPMF, imposto terrível, que incide nas movimentações financeiras de qualquer ordem. Nessa toada, creio, vai terminar as empresas nada recolhendo aos cofres públicos, refletindo ainda mais negativamente nas costas de quem vive de salário.
Acaba de entregar os pontos o líder do governo no Senado, Doutor Fernando Bezerra (PMDB-PE), porquanto foi candidato derrotado à vaga que ocorreu no TCU – Tribunal de Contas da União --, esse que é responsável por aprovar as contas de todos os governos, perdendo para o seu colega Senador por Minas Gerais, Doutor Antônio Anastasia (PSD-MG), que é o mais novo Ministro daquela Corte. Não consigo entender por que trocar um lugar no Senado por uma vaga nesse ministério, salvo em se tratando de cargo vitalício.
E, mais uma vez, vão surgindo salvadores da Pátria!
Fico por aqui.
SilvaGusmão