O SONHO DA CASA PRÓPRIA
O sonho é basilar para o ser humano!
Charles Chaplin costumava dizer: AQuando deixares de sonhar, poderás continuar vivendo, mas, com certeza, terás deixado de existir.
Nos sonhos se alicerçam os anseios mais caros, os projetos de toda uma vida, o respeito por si mesmo, a auto-estima e o dinamismo de viver.
Primeiro a criação mental, a visualização e o ardente desejo de concretizar a fantasia tão bem esculpida no cérebro e no coração. Isto é o sonho! Muitas vezes acalentado, esperado, trabalhado, sofrido, mas sempre aceso.
Quantos sacrifícios enfrentamos para realizá-lo! Quanto mais difícil, mais querido. E eu costumo dizer: o que não nos custa nada, pouco vale.
Um dos sonhos indispensáveis nessa caminhada, que chamamos de vida, é o de ter a nossa própria casa! Um lugar nosso, conquistado com o suor do nosso rosto, com o fruto do trabalho, que reafirma nossa dignidade, amparo e respeito perante a família e o círculo de amizade.
É o nosso domicilio, o endereço certo, o lugar que nos identifica, que parece conosco, espelhando as nossas predileções, o nosso jeito de ser. É o nosso lar! O templo da nossa silhueta, bem como das emoções mais fortes. É nele que a família floresce e os valores são ensinados, partilhados, formando o homem do porvir, o berço do existir.
Ter moradia é um direito essencial do ser humano e remonta aos tempos das cavernas, do homo sapiens, por estar ligado à individualidade e preservação da espécie. Prova disso, é que há muito tempo já faz parte do texto constitucional, e agora está robustecido com menção expressa no elenco do artigo 61, ampliando o rol dos direitos sociais, por meio da emenda constitucional n1 26, de 14.02.2000, o que proporciona, no mínimo, a facilitação da exigência de sua concretização.
Decantada em verso e prosa, a promessa da casa própria tem sido adotada como plataforma de governo, pela maioria dos candidatos, no desejo de conquistar a aceitação e a votação garantida.
Na antiguidade, a casa era, não apenas o lugar de moradia e de consumo, mas a unidade básica da economia e das relações sociais.
Ainda hoje, é nela que edificamos o nosso lar, o reduto dos entes queridos, o aconchego onde encontramos paz e nos reabastecemos de energias, com repouso e alegria para as lutas diárias.
Para concretizar o sonho que se sobrepõe ao direito, muitas lutas renhidas sempre foram travadas no seio social, principalmente as de ordem financeira. Contudo, economicamente falando, hoje em dia, surgem, gradativamente, meios vários que permitem e, de certa forma, facilitam a compra de um recinto para se fazer um lar.
O desejo de edificar esse lar, recluso em teto e paredes de alvenaria, torna-se um pressuposto para a consecução de muitos outros sonhos pela vida afora, multiplicando o desejo, o prazer de trabalhar e de bem viver.
E o poeta, como ninguém, sabe valorizar esse cantinho e agradecer a oportunidade de ter para onde retornar, enquanto muitos não o tem, e fazem dos viadutos suas moradas e das sarjetas seus berços:
"Obrigado Senhor,
Porque temos um lar,
Que rico ou modesto,
No mundo inteirinho
Não há um só lugar
Como esse nosso cantinho!"