UMA PEQUENA FÁBULA
UMA PEQUENA FÁBULA
07/11/2021
Autor- Arthur M. de Lima Silva
M&M
Quando nascemos só existe uma certeza: a morte, e convenhamos nos perguntamos
De que morrerei? Certamente que não paramos para pensar nisso, não muito nem constante
Somos como o ponteiro do relógio, avançamos no tempo e regredimos à vida, mas e daí?
Dizemos estou vivo e que bom que estamos realmente vivos hoje ou agora, e amanhã ou daqui algumas horas? Não sei...não me passa pela cabeça morrer... mesmo que meus cabelos grisalhos já insinuam que não sou eterno.
Mas a prepotência e a ignorância continuam no meu peito dizendo que sou de ferro.
Não passo de uma fábula contada pelo tempo e pelas horas.
Ainda me sobra tempo para os preconceitos.
Para zombar de quem fala um só idioma,
Ou para sorrir debochadamente daquele que não teve condição de provar sua inteligência,
E me pergunto que inteligência se não posso fazer tudo? Se sou complemento? Se tudo que sei
Houve um professor, nasci não sabendo de nada, absolutamente nada, não tinha condição nem de sorrir, nem de me alimentar e de muitas outras coisas que alguém me ajudava fazer...mas ainda bem que não é só eu, o figurativo aqui é coletivo.
Preconceito com a cor...
Preconceito com o sexo...
Preconceito com os cabelos...
Preconceito com o emprego...
Ora, ganho o que posso e que merecidamente minhas ações fizeram desse pão, não tenho obrigação de ser doutor em área qualquer, minha obrigação é amar e seja quem for e respeitar a sua convicção de vida, respeitar a sua felicidade, o seu desempenho na vida.
A vida .. ela é tão difícil que faz realmente acreditar que me movo e adquiro coisas por que um Deus existe, que por eu mesmo seria uma múmia mais ainda do que sou.
“Se eu falasse a língua dos anjos sem amor eu nada seria “ e porque sua conduta me incomoda? Seu posto avançado na vida... sua beleza...seu corpo...sua juventude...sua humildade...sua experiência em amar sem recompensa? Por que isso me incomoda? Será que é por que não penso na morte? Acho que sim... que todo esse emaranhado de desgaste psicológico dizendo que o mundo poderia ser isso ou aquilo enquanto não me esforço para mudar para melhor, me recompenso com os mais “ fracos”... e existe o mais fraco? Enquanto alguém mora em locais de encosta e muito desconforto, e eu não fico triste com isso é por que estou pensando muito em sarar uma doença que aquele “fraco” não possui. Enquanto eu exibo meu carro novo e aquele “humilde” acorda bastante cedo para laborar com saúde para trabalhar, eu preciso que alguém me conduza ao consultório médico no meu carro novo.
O que meu dinheiro pode comprar? Acredite que eu só posso comprar tudo que é desonesto...
Não compro amor
Não compro honestidade
Não compro verdades
Não compro verdadeiras amizades
Não compro justiça
Eu só compro o que é desonesto, e por que me preocupo com a minha vida cheio de suportes e de infelicidades? Mas pergunto, tem alguém feliz aí? O que é a eterna felicidade mesmo desde quando nascemos até quando morremos , será que ela realmente existe? Por que vi e ouvi choros de magnatas,de grandes empresas privadas,ouvi choro de cachaças, de prostitutas lindas e sem graça...ouvi choro da mulher feia e da mulher bonita,só não sei qual coração é mais honesto e perfeito, se o da mulher feia ou da mulher bonita... engraçado que perco tanto tempo em querer ser o melhor enquanto o melhor já nasceu e já se foi...e perco tempo em armazenar bens e comportamentos mas me pergunto para que? Minha persona não muda, ela melhora a bem de mim mesmo e não do outro, eu mudo se não for interferir na minha felicidade, eu não mudo para que alguém seja feliz, eu não sou o Cristo.Pois é... não posso falar pela humanidade e nem por você, por isso eu sou o epicentro da fábula. Até por que você teria sempre uma forma de dizer que estou completamente errado se eu pluralizasse essa fábula. A intenção da minha história é que eu mude, deixe de frescura de saber tudo, de ser perfeccionista em tudo, de me queixar de tudo, de querer ser só amado,de censurar os jovens ou os idosos,de rir da cor e do desdentado,de falar asneiras sem agrado...por que até minhas obras ou ações não terão nenhum proveito sem que eu não possa brilhar com elas. As estrelas brilham mas para embelezar o infinito , não podem brilhar sozinhas sem que não exista um pano de fundo. Marília Mendonça deixa um legado incompleto? Não! Totalmente completo mas infelizmente existe os infortúnios que sobrevém a todos, deixa um oco tão grande que me fez escrever essa fábula.
Eu vou morrer e preciso deixar um “ quanta falta ele me faz” do que “ ainda bem que morreu”....preciso ir sem me irritar ( rsrsrs ) preciso amar pois descobri que a vida não tem pátrio poder...ela é hoje mas sem agora ou amanhã.
Que eu melhore a cada dia , que eu reze a cada instante, e que eu continue amando o ser por que ele é meu complemento, nada faço sozinho...por que sozinho nada sou.
Adeus Marília Mendonça você e seus companheiros fizeram a diferença como seres humanos e como artistas, sinto saudades de sua arte, sua alegria no palco, você era muito especial.
Abraços.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
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