Insconsciencia e pré-consciência numa perspectiva Freudiana.

Algumas pessoas têm certa dificuldade de compreender teorias de cunho filosófico, por esse motivo, é importante trazer de vez ou outra, diferentes explicações das ideias de pensadores famosos como Freud, que acabam caindo no gosto popular. Não sou nem de longe, especialista em Freud, mas sou um amante do conhecimento, e trago algumas analogias para os conceitos de pré-consciência e inconsciência, a luz de uma interpretação freudiana.

A pré-consciência é um estado de latência das ideias na mente. Latência se caracteriza pelo período da elaboração/preparação de algo, antes desse algo assumir uma forma/existência efetiva, como no caso um ator que se prepara para atuar numa cena. A preparação do ator para a cena, é o período de latência dessa cena, ou seja, o período de elaboração que precede o ato. No caso da mente, a latência está no período de preparação de uma ideia, para ser pensada. Como se todas as nossas ideias estivessem guardadas numa caixa, à espera de alguém escolhê-las, tirando-as da caixa, ou seja, tornando-as conscientes, em evidência na mente.

Outro exemplo para a pré-consciência, é pensar que as nossas ideias são como paisagens a serem observadas através das lentes de uma câmera. Uma paisagem é formada por um conjunto de componentes que eu chamarei de imagens. Numa paisagem florestal, por exemplo, cada componente que forma o todo observável, é uma imagem. Árvores, pedras, plantas, lagos, animais, nuvens, céu, etc…

O fotógrafo através das lentes, tem a possibilidade de focar em determinadas imagens, dentro da paisagem, enquanto se desloca para outras. Ou pode escolher focar em toda a paisagem de uma vez.

O foco numa imagem específica, seria análogo a tomada de consciência acerca daquela imagem observada, que antes estava em latência/desfoco. Não há nenhum tipo de repressão ao foco das imagens, em outras palavras, o fotógrafo pode escolher qual imagem ele prefere pôr em evidência. As que não estão em evidência, se encontram pré-dispostas a evidência.

Não se pode confundir inconsciência com pré-consciência, apesar dos dois conceitos serem parecidos. A inconsciência se caracteriza por um estado de repressão das ideias, diferente da pré-consciência, que é apenas um estado de latência.

Repressão, nesse caso, significa puro impedimento. São ideias impedidas de ascenderem a um estado de livre consciência, bloqueadas para manifestação espontânea da mente.

Nos dois estados: "inconsciência e pré-consciência", as ideias encontram-se fora de evidência, desfocadas. Porém, as ideias que ocupam a inconsciência, não estão pré-dispostas ao uso. Eis a diferença entre as duas manifestações. Uma envolve predisposição e a outra repressão.