“ABSORVENTES FEMININOS E SUAS IMPLICÂNCIAS POLÍTICAS”
No momento em que o presidente Bolsonaro veta um projeto de lei aprovado no Senado sobre a distribuição gratuita de absorventes femininos para estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas, bem como “para mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema”, alegando falta de uma fonte de custeio ou uma medida compensatória, trago esse tema para vocês para uma discussão e uma enorme reflexão. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à higiene pessoal um tema que precisa ser tratado como questão de saúde pública e de direitos humanos. Em minhas pesquisas li que este assunto deveria ser tratado como uma necessidade básica, direito à saúde menstrual e da dignidade humana. Muitas mulheres têm que usar papel higiênico, jornal ou fazer uso de algum outro expediente, indigno e incompatível com a dignidade da pessoa humana. Estudos revelam a incidência de impostos sobre produtos básicos íntimos como os absorventes e tampões femininos. Na busca por outras indignações, esta também me chamou a atenção. Menstruar é natural de toda mulher saudável, portanto, como pode um produto essencial ser taxado elevando o produto a um preço altíssimo? O primeiro presidente a responder a esta questão foi Barack Obama, embora em seu posicionamento não tenha sido muito esclarecedor, valeu a pena a sua abordagem. “Tenho que te dizer que eu não faço a mínima ideia por que estados taxam esses objetos como itens de luxo”. Suspeito que seja porque eram homens que estavam fazendo as leis quando esses impostos foram aprovados. Machismos à parte, embora isso ocorra com muita frequência aqui no Brasil, não é presidente Bolsonaro? Pergunto: Quando estes políticos querem aumentar suas verbas para proveito próprio ou de seus partidos, ninguém questiona de onde viria esse dinheiro, simplesmente, aparecem assim do nada.