ARTIGO – O Brasil pelo avesso XVI – 02.10.2021 (PRL)
 
 
ARTIGO – O Brasil pelo avesso XVI – 02.10.2021 (PRL)
 
 
O Custo de vida no Brasil está ficando a cada dia mais caro, notadamente após essa política nefasta de aumentar os preços dos combustíveis à medida da variação do dólar, moeda americana, que sempre oscila para cima em relação ao real, este que dentro em breve terá de subtrair um zero, a fim de não explodir o meio circulante com tanto dinheiro de pouco valor no mercado. O pior é que quando essa moeda cai de cotação os produtos não regridem nos seus níveis, segue no embalo em muitos casos.
 
 
Ora, como admitir que a economia brasileira girando em reais possa acompanhar a paridade dos preços de mercado internacional da moeda americana, nesse item necessário e indispensável à produção! O pobre do brasileiro ganha seu salário em moeda nacional, cuja tendência será sempre de queda, porque tudo indica não temos o lastro suficiente a amparar a emissão de tanta moeda. O governo quando quer dinheiro joga títulos no mercado, mas quando chega o vencimento desses papéis, no resgate, tem de pagar sempre mais alto, e isso se torna uma prática contumaz. Liquidam-se os papéis anteriores com a emissão de novos títulos. Até mesmo as aplicações na SELIC estão sujeitas a prejuízo. É o caso de um amigo que se dizia bom entendedor de economia e finanças: colocou R$ 415 mil reis em títulos no “Tesouro Direto” e, após três meses, o valor de resgate estava simplesmente em R$ 413 mil, com prejuízo nominal de 2 mil reais. Parece claro que essa operação deve ter gerado para alguma instituição um lucro significativo, até porque sempre remunera as captações com uma taxa baixíssima de juros, e quando aplica os valores o faz de modo muitas vezes superiores. Por exemplo, a poupança, que é popular, remunera mais ou menos na base de seis por cento ao ano, mas no mesmo banco a taxa de empréstimos cobrada vai além dos 100%, veja-se por exemplo, o cheque especial, que, além disso, ainda tem aquelas tarifas de praxe, cadastro, abertura de crédito, lançamentos, saques, etc. E quase toda a operacionalização é feita pelos clientes, no computador, com pouca/nenhuma presença de funcionários.
 
 Na última quarta-feira um casal amigo nosso (duas pessoas idosas e portadoras de comorbidades várias), observou que estava faltando ovos para o jantar. Apelaram para um terceiro amigo que, de logo, providenciou a aquisição desse produto. Pois bem, foram dezoito ovos (uma dúzia e meia), que custaram apenas R$ 11,99. O absurdo foi o recolhimento de impostos, R$ 3,76, sendo R$ 1,61 para o Governo Federal e R$ 2,15 para o Governo Estadual, segundo a pertinente nota de compra. A pergunta é qual foi a ajuda que esses governos deram para que o homem do campo produzisse tal mercadoria? Nenhuma, muito pelo contrário, cobraram imposto territorial, energia, gás, água, transporte, encargos sociais de empregados e dependentes, etc., e ainda por cima fizeram uma fiscalização severa em cima do pobre coitado nas suas atividades rurais.

Esse negócio de discursos bonitos, com frases de efeito do Doutor Paulo Guedes e outros, que mexem com a opinião pública, dizendo que o Brasil foi quem melhor se sobressaiu nessa desgraçada pandemia, segundo fontes internacionais, pode até ser lindo e maravilhoso, todavia o que vemos na prática é diferente, e até aumento de impostos, como no caso do IOF, que vai mexer também lá nas camadas mais pobres da gente brasileira. Alegar que vai aumentar os impostos dos bancos, que os partidos de esquerda vivem insistindo, parece conversa pra boi dormir, porquanto todos os custos são cobrados dos clientes, grandes e pequenos, isso é claro, público e notório. Além do mais, tentar fugir do compromisso de resgatar os precatórios, prorrogando-os em grande parte por dez anos, quando se sabe que tem gente da classe média e pobre pendente de tais recebimentos, não nos parece de bom alvitre, comparando-se muito mais a calotes que o governo está acostumado a praticar. Alegar que fora contraído por outros governos não é razoável, mas desculpa esfarrapada. É como essas tais pesquisas de intenção de votos para as eleições do ano que vem, quando informa que os adversários do governo têm mais de 50% dos votos, estando praticamente eleitos os seus integrantes, inclusive, pois, o Presidente da República. Não é esse o clima que se viu nas ruas de quase todo o país, como aliás demonstrou aquela avalancha de brasileiros que foi às concentrações do último dia 07.09.2021.

Nessa ordem de ideias, fatos e constatações fica bastante claro que a presença do Estado na economia, em muitos casos, é pernóstica à produção e comercialização dos produtos, notadamente dos pequenos produtores. Entendemos, e sobre isso damos nossa opinião, de longa data, que caberia ao governo remunerar o pobre do agropecuarista para que pudesse produzir, empregar outros tantos paupérrimos brasileiros, notadamente numa fase em que tudo sobe de preço, e não se sabe aonde vamos parar.
 
Não se deve dar chance ao azar, nem tampouco contar com o ovo nas entranhas da galinha.

Também tenho muito medo quando se fala nos lucros extraordinários da Caixa Econômica, bem assim do crescimento vertiginoso da arrecadação de impostos, quando se sabe que o retorno disso não está sendo muito benéfico, em termos de reflexos positivos na queda de preços dos produtos de um modo geral, nem na prestação de serviços, mas sim para remunerar a pesadíssima carga de despesas com a máquina estatal, isso em todos os níveis.

O que nos tem causado certa tranquilidade é a falta de notícias a respeito de corrupção no atual governo, que não está imune à fraqueza desse ou daquele servidor que possa cair nas malhas dos corruptores e tentar manchar os nossos dirigentes. Nesse particular, vem funcionando a famosa CPI da COVID-19, que investiga tudo, menos os desmandos ocorridos em vários escalões de governos estaduais e municipais deste país afora.

Fico por aqui.
Meu abraço.
SilvaGusmão

Foto - Diário de Petrópolis
ansilgus
Enviado por ansilgus em 02/10/2021
Código do texto: T7354938
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