ARTIGO – O Brasil pelo avesso XIV – 17.09.2021 (PRL)
ARTIGO – O Brasil pelo avesso XIV – 17.09.2021 (PRL)
Certo que houve aquela manifestação pública do sete de setembro, quando milhões do povo foram às ruas para comemorar a passagem de mais um aniversário da “Proclamação da Independência do Brasil”, que no ano vindouro fará 200 anos, dois séculos.
Há quem diga e afirme que teria sido bem melhor que o país continuasse no jugo de Portugal ou mesmo capitulado nas invasões da França e da Holanda, estas que ocorreram na Bahia e em Pernambuco, sendo que aqui permaneceu durante 24 anos, de 1630 a 1654, quando os holandeses foram expulsos por Mem de Sá, mas isso é outra história. Pensam essas pessoas que a nossa civilização seria muito mais proveitosa, seja na educação, seja nos costumes, e talvez não tivéssemos tantos escândalos sucessivos como se vê desde longa data em nosso país. Talvez tenham razão essas vozes!
Mas a verdade, verdadeira, é que entram e saem governos e a pisada é sempre essa. O anunciado salvador tem expressiva votação, calcada num discurso de campanha altamente moralista, prometendo resolver tudo e salvar o Brasil do caos. Ora, como resolver problemas que se arrastam de longa data, cada qual transferindo o enterro da viúva pra frente, deixando as coisas se acumular e cair nas costas do governo seguinte, que geralmente é reeleito por conta das benesses do poder e dos recursos, quase sempre distribuídos na base da “canetada”.
É aceitável dizer-se que no momento atual não se estão vendo novos escândalos, embora alguns sábios e “macacos velhos” na política queiram achar corrupção no mandato do nosso Presidente, eleito em votação por milhões de cidadãos nacionais num segundo turno surpreendente, porquanto estava nítida a vitória logo no primeiro escrutínio, daí a desconfiança de que teria havido alguma irregularidade naquele pleito de 2018. E todos nós temos o direito de pensar, de agir e até mesmo de duvidar de homens e leis, em face da liberdade garantida pela Constituição. Todavia, uma vez homologada a decisão, como bons brasileiros, temos de aceitar e cumprir a nossa missão; mas pugnar por um sistema cada vez mais confiável é direito nítido e certo de todos.
Não é recomendável esse bate boca entre Presidente e Ministros, até porque não leva a coisa alguma. O mais alto mandatário pode, claro, criticar qualquer sistema eleitoral, todavia não deveria levar para o campo pessoal, nominando esse ou aquele Juiz, porque na atividade o órgão a que pertence deve ser impessoal. O Ministro, por seu turno, descumpre as suas funções próprias do cargo, porquanto está ali, nomeado pelo Presidente, para julgar processos regularmente impetrados por esferas competentes, em especial porque se amontoam aos milhares os processos pendentes de decisão pelas cortes superiores. Não importa se fora nomeado por este ou outros Presidentes que o antecederam.
O que se vem notando desde a posse do novo governo, e isso é público e notório, é que se está cumprindo, com todas as letras, a grande promessa/ameaça de que a oposição não deixaria o Presidente governar; que iria tocar fogo neste país, e não tem uma decisão sequer que não seja contestada, especialmente no Supremo Tribunal Federal, porque na justiça a decisão não pode ser tão ágil como em outros poderes, há de ser madura e, assim, ganha-se tempo, mesmo porque o grande desejo dela oposição é que logo cheguem as eleições de 2022.
E as contradições prosseguem: De um lado, a mídia anunciando pesquisas sem o mínimo de crédito possível, com resultados arrasadores contrários ao governo; de outro, o povão nas ruas, prestigiando o encontro das massas em prol da liberdade garantida pela Constituição, num clima de paz e de tranquilidade, desprovido de qualquer violência, o que já se tornou rotina nas camadas tidas de “direita”. E essa mesma fonte de pesquisas tem a ousadia de dizer que apenas 125 mil pessoas estiveram presentes, por exemplo, na Avenida Paulista, em 07.09.2021!
Por fim, gostaríamos de dizer que a CPI da Pandemia, essa que procura derrubar de todas as formas o governo, deseja ouvir a ex-esposa do Presidente, isso que se considera um absurdo, e não se ouve uma voz sequer das mulheres deputadas e senadoras da República, dentro daquele slogan: “Mexeu com uma, mexeu com todas”! Durma-se com um barulho desses. O que essa senhora teria a ver com COVID-19? Talvez só os sete patetas possam responder.
Meu abraço.