O desconhecimento geográfico dos brasileiros.
O Instituto Ipsos procedeu, recentemente, a uma pesquisa sob o título de Pulso Brasil entrevistando 1000 pessoas em setenta municípios, dentro das nove regiões metropolitanas. A finalidade do referido trabalho era a de apurar a capacidade do conhecimento geográfico dos entrevistados, principalmente, com relação à localização do Brasil. Para a decepção do órgão pesquisador e de toda a sociedade brasileira, apenas 50% responderam de maneira correta, fato que, lamentavelmente, demonstra a incapacidade do estudo ministrado pelas escolas públicas e particulares.
De modo alarmante, registraram-se respostas estonteantes porque foram originadas de universitários, os quais desconheciam o fato de o Brasil se localizar na América do Sul.
Ao se estender perguntas para a esfera de outros países, as respostas detectaram o desconhecimento ainda maior, pois somente 18% dos brasileiros localizaram os Estados Unidos e 3% identificaram a França. No que se refere a Argentina, naturalmente bastante conhecida no âmbito futebolístico, o resultado mostrou que 84% não sabiam que aquele país faz fronteira com o Brasil.
Contrariamente à situação de ignorância dos brasileiros, 86% dos americanos entrevistados, também por intermédio de recente pesquisa a respeito do assunto, deixaram evidenciado que sabem exatamente onde se situa o seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina.
Na minha visão como cidadão que fez o antigo curso ginasial no Colégio Estadual Visconde de Cairú, na cidade do Rio de Janeiro, em 1956, quando o ensino público possuía outra organização e, conseqüentemente, eram ministradas aulas de geografia , utilizando-se de um grande mapa do mundo, acompanhado de um globo terrestre giratório, o aproveitamento e o rendimento escolar eram superiores aos registrados na atualidade, contando-se, conseqüentemente, com o quadro de docentes daquela época mais preparado. Outro preponderante fator que contribui para a caída do nível do ensino é, sem dúvida, o maior índice na ausência de instrução familiar.
O problema, portanto, está nas mãos do Ministério da Educação a quem compete, inclusive, a reestruturação do corpo docente.
Fonte: Revista VEJA, edição nº 2033, de 07 de novembro, de 2007.