Escolhas
Caminhar pela vida é fazer escolhas, sejam elas conscientes ou não. Deste modo, o que somos hoje, seja na vida pessoal ou profissional é resultado de nossas escolhas e obviamente das ações adotadas posteriormente. Ao escolher, estamos fazendo uma opção que trás consigo suas conseqüências e nos direcionam a novos caminhos e novas escolhas.
A todo o momento, queiramos ou não, conscientes ou inconscientes, por ação ou omissão, estamos fazendo escolhas. Algumas são essenciais e importam decisões sobre o resto de nossas vidas, como o papel social que vamos ou não desenvolver, nossa escolha religiosa, ou seja, escolhas existências e morais. Já outras, são apenas corriqueiras, operacionais, como a fazer a barba ou escolher o que vestir para sair.
Quanto antes despertarmos para isto, melhor. Quem não lembra de Cecília Meirelles, que no poema: “ou isto ou aquilo”, nos mostra claramente as conseqüências das escolhas. Mas particularmente o verso: “Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, / ou compro o doce e gasto o dinheiro”, ficou marcado em minha vida. Este verso é muito duro quando se é criança, pelo menos no meu caso, foi. Colocava-me diante da necessidade familiar, de economizar e o desejo de criança em comprar o doce que tanto almejava. Situação que se repete ao longo da vida em que precisamos optar entre o doce prazer de consumir e o limitado recurso financeiro.
Outro verso cheio de interpretações, que também me encantava ainda na época de escola: “Quem sobe nos ares não fica no chão / Quem fica no chão não sobe nos ares”. Uma breve reflexão é suficiente para identificarmos nossos medos e dificuldades de subir aos ares, de crescermos, ou seja, de avançarmos mais um degrau da escada pessoal. Cecília Meireles conclui o poema com o seguinte verso: “Mas não consegui entender ainda / qual é melhor: se, é isto, ou aquilo”.
Todos nós sabemos que é difícil, mas é indispensável optar, fazer a escolha, seja qual for se quisermos dirigir as nossas vidas ou simplesmente seremos mais um barquinho sem rumo no imenso oceano.
É necessário que sejamos o timoneiro consciente da nossa vida. E uma vez conscientes de nossas escolhas, nos permite assumir responsabilidades, especialmente de que somos os únicos responsáveis por elas, que fizemos ou estamos fazendo. É tendo consciência dessa responsabilidade que nos determinará se continuaremos a agir da mesma forma ou se mudamos.
As escolhas são diárias, portanto, as oportunidades para novos rumos, novos caminhos, também são. A diversidade e a adversidade são fatores constantes nas nossas vidas. As necessidades embora diferentes, se apresentam de forma ilimitada para todos, mas o resultado sempre é fruto das escolhas. O ponto de chegada é diferente para cada um, mas o importante é quanto caminhamos. Esse percurso está relacionado com as diferenças individuais e com as decisões de cada um sobre os rumos de suas vidas.
É fundamental compreender que temos a capacidade, o poder de escolher, aceitar ou não o que nos é determinado, ou seja, podemos a qualquer hora tomar as rédeas de nossa vida e escolher o verdadeiro rumo que desejamos dar a ela.
É através do desenvolvimento pessoal que aumentamos a nossa esfera de escolhas. Estar disposto a aprender sempre é fundamental para termos mais opções de escolhas, isto é, ampliarmos possibilidades. Mas, se me perguntarem o que se deve aprender, eu não saberia responder, mas diria que é essencial estarmos abertos para o novo, sempre. Como ter êxito diante de um mundo de crescente de insegurança, complexidade, ambigüidade e imprevisibilidade, também é uma escolha.
É isto ou aquilo, não há como fugir do caminho evolutivo porque a evolução é um processo ininterrupto e, conseqüentemente não é possível parar e deixar de fazer escolhas, embora essa também seja uma escolha. Somos o que escolhemos ser . Pense nisso.