CORAGEM E VULNERABILIDADE
por Juliana S. Valis
por Juliana S. Valis
É preciso coragem para abraçarmos nossas vulnerabilidades como partes também importantes de sermos humanos. A vulnerabilidade é parte inerente à vida humana, como ressalta a autora Bené Brown em seu ótimo livro "A coragem de ser imperfeito", altamente indicado para leitura. Vivemos em uma sociedade que cobra muita performance, aparências, produtividade, lucro e desempenho, como se as pessoas pudessem ser robôs infalíves ou máquinas perfeitas.
A armadilha é que, por mais que sejamos esforçados, há constantemente uma sensação coletiva de que nada é bom o suficiente. O tempo de apreciação das coisas tem sido cada vez mais curto. Existem contextos altamente intolerantes às falhas, ainda que pequenas, mas com pouco reconhecimento dos acertos, tendendo a sugar e energia e a motivação das pessoas, como se andassem em repetidos ciclos sem fim de "nada bastar".
A armadilha é que, por mais que sejamos esforçados, há constantemente uma sensação coletiva de que nada é bom o suficiente. O tempo de apreciação das coisas tem sido cada vez mais curto. Existem contextos altamente intolerantes às falhas, ainda que pequenas, mas com pouco reconhecimento dos acertos, tendendo a sugar e energia e a motivação das pessoas, como se andassem em repetidos ciclos sem fim de "nada bastar".
Fonte da imagem:https://acegif.com/pt/gifs-de-roda-de-hamster/
Esses ciclos de cobrança de alta perfomance, em padrões inatingíveis de perfeição reproduzidos pela sociedade, tendem a nublar a simples ideia de que somos humanos, e não máquinas produtivas em um mundo altamente utilitário, que tanta descarta sujeitos como objetos, em prol de uma lucratividade cada vez mais célere e antropofágica.
Mas não há qualquer obrigação de sermos perfeitos, sendo uma ilusão utópica. Simplesmente ninguém é perfeito, apesar de tantas cobranças, seja na vida profissional ou pessoal. A exigência constante de alto desempenho e padrões inatingíveis em muitos aspectos, sobretudo no ambiente de trabalho, aumentou bastante os níveis de ansiedade e de cansaço coletivo, entre vários outros problemas de saúde, somados ao período difícil e desafiador da pandemia de covid, que acentuou muitas vulnerabilidades. A ideia de perfeição, nesses contextos, tende a ser simplesmente desumana.
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O paradigma do perfeccionismo, tão acentuado socialmente, tem o efeito rebote de nada ser bom o bastante e de nada parecer suficiente, pois, cumprido um objetivo ou desejo, aparecerão inúmeros outros. E, na ânsia de agradarmos às altas exigências e padrões dos outros e do mundo, por vezes, acabamos nos perdendo de nós mesmos.
Por tudo isso, é cada vez mais importante o equilíbrio, com discernimento e autenticidade. Podemos melhorar em muitos aspectos, mas com humildade, coragem, equilíbrio, coragem, empatia e clareza de que a vida é um contínuo aprendizado, inclusive com nossos erros e vulnerabilidades.
Fonte da imagem - citação: https://bfrases.com/autor/brene-brown/