A Razão do livro o Executivo e o Monge na Liderança Servidora
Artigo
A Razão do livro o Executivo e o Monge na Liderança Servidora
Por: Helena Ribeiro em 08/2005
Nesta era de competitividade global, estar atualizado, acompanhar a evolução dos negócios, conquistar e manter clientes, tornou-se um desafio diário para as organizações.
Os profissionais estão comprometidos com metas e estratégias arrojadas, sempre em busca de melhores resultados, necessitando, cada vez mais, de “adrenalina no sangue”, para estarem motivados a alcançarem seus objetivos empresariais e pessoais.
Para atender estas necessidades as organizações continuam investindo no maior diferencial das empresas, o desenvolvimento do “CAPITAL HUMANO”, incluindo em seus programas de T&D diversas metodologias, que vem sendo utilizadas nas empresas.
Em nenhum outro momento da história corporativa, discutiu-se tanto a questão das estratégias, taxa de retorno sobre investimento, ética, responsabilidade social, qualidade de vida, stress corporativo e principalmente estilos de liderança. Existe um acervo de livros, seminários, palestras, artigos, filmes, entre outros, todos intencionados e capazes de agradar aos mais variados estilos e gostos.
Hoje as empresas precisam contar com a mente a emoção e o espírito dos seus colaboradores e só se consegue isso quando o líder deixa de lado o desejo de poder e passa a servir, em vez de ser servido, conforme afirmou o guru norte-americano James C. Hunter, em seu best-seller O Monge e o Executivo. O livro ocupa o primeiro lugar no ranking dos títulos de carreira mais vendidos no Brasil, com mais de 100 000 exemplares comercializados.
Hunter esteve aqui, proferiu um circuito de palestras e ficou surpreso com o grande êxito de seu livro em um país como o Brasil. Disse que os conceitos apresentados no livro não são novidade alguma. “Nunca ninguém discordou dos princípios, pois são básicos e essenciais”. Para ele, muita gente sabe tudo sobre liderança, mas não sabe liderar. “O desafio está mesmo na execução. Liderar é como ser um atleta, você precisa praticar”. Parece simples, mas não é. O líder, acima de tudo, deve ter humildade. “Seja o chefe que você gostaria que seu chefe fosse”.
Para Hunter, você não precisa ser chefe para ser líder. “Liderança é você inspirar e influenciar o outro para ação. É influenciar pessoas com entusiasmo e trabalho para o bem comum”. A diferença entre poder e autoridade consiste em: “poder é força unilateral, funciona por um tempo, mas fica velho”; “Autoridade, ao contrário, é a habilidade em conseguir que as pessoas façam sua vontade por conta de sua influência pessoal”. Um bom exemplo de autoridade, segundo ele, são nossas mães. “Elas atingem esse status porque nos serviram e continuam a nos servir ao longo de nossas vidas”.
A tabela abaixo exemplifica as principais competências apresentadas no livro.
Competências Definição
Paciência Autocontrole
Gentileza Atenção, apreciação e encorajamento
Humildade Ser autêntico e não arrogante
Respeito Tratar os outros com a devida importância
Altruísmo Ir ao encontro das necessidades alheias
Capacidade de perdoar Saber perdoar ressentimentos quando se está errado
Honestidade Estar livre da frustração
Comprometimento Realizar suas escolhas
Serviço e sacrifício Deixar de lado seus próprios desejos e buscar maior benefício para os outros
Agregado a todos esses valores está o amor e Hunter afirma que o significado da expressão está distorcido atualmente. “Hoje em dia existe muita demagogia. Todo mundo diz que ama todo mundo, mas não faz nada”. Para ele, amor é um verbo e deve ser praticado com o intuito de elevar o próximo. “Amar não é gostar, mas sim agir para o bem do outro”. Ação para o bem alheio é, no final das contas, a principal qualidade de um líder servidor. “O que pensamos e o que sentimos é conseqüência. O que importa mesmo é o que fazemos”.
O Executivo e o Monge, apresenta técnicas e teorias simples de liderança, fáceis de serem aplicadas nas organizações. Basta a iniciativa de aplica-las.
Baseado nesta realidade, concluo que o perfil do profissional de alta performance é aquele que contem os três Q´s (QI - Quociente Intelectual, QE - Inteligência Emocional, somado ao QS - Inteligência Espiritual) que, desenvolvidos e equilibrados, auxiliam o autodesenvolvimento fazendo a diferença nos resultados das organizações.
Muito além da razão e da emoção, é na Inteligência Espiritual que se encontra a felicidade, a qualidade de vida, solidariedade e a realização pessoal. O autor do livro A Terceira Inteligência, Floriano Serra, afirma que é possível unir o racional, o emocional e o espiritual e revela uma nova dimensão da inteligência em seus múltiplos aspectos.
Segundo Floriano, a Terceira Inteligência – ou Inteligência Espiritual – entra em cena, por exemplo, quando não conseguimos resolver determinado problema, recorrendo apenas à razão e à emoção. Em circunstâncias como essa, tão freqüentes em nossa vida, a ação da Terceira Inteligência é acionada pela intuição, que alguns denominam “iluminação”. Esse é o ponto de partida para compreender e trabalhar percepções incríveis e inexploradas.
“Para as organizações que adotarem o modelo de gestão baseado nas três inteligências, Racional, Emocional e Espiritual, certamente terão colaboradores muito mais comprometidos, motivados, felizes e, por conseqüência, mais produtivos”.
Os conceitos dos três Q´s já são utilizados em meus programas de treinamentos, desde 2001, com ótimos resultados.
Estamos na era da informação, da tecnologia e do desenvolvimento do capital intelectual e, com tantas opções, precisamos entender e ter cuidado principalmente com os modismos, eles podem ser úteis em curto e médio prazo, mas pode deixar uma lacuna ao longo prazo.