A música que nunca tocou

Eu a encontrei em um lugar público parecendo um mercado grande e amplo onde havia um bar no qual tocava música para quem pedisse. Eu sabia que já não éramos marido e mulher, ainda assim eu pedi para dançarmos ali. Ela estava com uma sacola de supermercado na mão e eu também estava. Ela quis abaixar no chão a sacola que ela trazia, para atender o meu pedido, mas eu disse que deixássemos em lugar que me pareceu ser um salão de cabeleireiro. Eu entrei nesse salão para deixar a sacola, sabendo que as pessoas que ali estavam e deveriam nos conhecer, poderiam achar que eu havia reatado afetivamente com ela. Mas eu não me importei com isso. Saí desse salão para o lugar público para dançarmos. Então ela se dirigiu a pessoa que atendia no que eu imaginei ser o bar e pediu que ela colocasse uma certa música. Eu imaginei que deveria ser uma música romântica que talvez ela recordasse de algum momento havido entre nós. Eu fiquei a pensar que eu estava com uma calça um pouco folgada, devido eu estar um pouco mais magro do eu eu era. Eu não sabia dançar bem, mas isso não me preocupou. Afinal eu estava me sentindo tão alegre e feliz, embora sem saber exatamente por quê. Ela também me pareceu querer participar daquela felicidade. Assim, eu fiquei aguardando ela e a música que deveria tocar e não tocou até eu acordar do sono. Foi apenas um sonho. E nele eu lembrava que eu o escrevia narrando o ocorrido. Só que no sonho eu dava um outro título ao texto, o qual era "a música que eu nunca dancei".

Manaus-Am, 25/05/2021.

Oli Prestes