Quando as máscaras caírem...
Quando as máscaras caírem...
Em outros tempos esse adereço, que se usava em dias de festa, para não ser identificado entre os convidados de um baile à fantasia ou de um bloco de carnaval qualquer, hoje faz parte de nós e mesmo que a gente não sinta desejo de usar, é algo imprescindível, dentro ou fora de cada lar, tentamos nos proteger no dia a dia, por ser algo realmente preciso e assim não vemos mais o riso, no rosto de cada amigo que vez ou outra por acaso, ainda podemos encontrar. Hoje ficamos nos perguntando, se algum dia nessa vida, pensamos que isso seria assim, um beco quase sem saída, queremos que tudo passe logo, que a vida volte logo ao normal, mas isso parece distante, dentro do nosso triste quadro atual, os olhos, janelas da alma, são os únicos que mostramos aos outros e vamos assim nos reconhecendo pouco a pouco pelo olhar no dia a dia sem calma, como em toda a sociedade plural, tem gente que se diz normal, mas não se protege do vírus, sem máscara e sem noção, vão disseminando a dor na multidão, o choro, o desalento, os suspiros. Quem sabe em um futuro próximo, o mais próximo que se possa prever, ainda por certo vamos ver as máscaras serem esquecidas talvez, não aos poucos, mas todas de uma vez e deixarmos novamente os sorrisos à mostra, termos os beijos e os abraços de volta, como em uma grande celebração, para trazer de volta a alegria ao coração de tantos brasileiros sofridos, ignorados e esquecidos nos confins remotos desse enorme país, certamente lhes digo que eu só voltarei a me sentir novamente feliz, no dia em que todos rirem e não somente alguns, no dia em que a vacina não falte a nenhum, no dia em que todos seguros se sentirem e por fim as máscaras definitivamente caírem...
Adilson R. Peppes.