Sou paulistana, turista da minha própria vida, sou impressionista.
Geralmente, em locais públicos, escrevo, declamo, bato-papo com pessoas que nunca vi. Gosto de gastar a maior parte do meu tempo nas ruas, captando as nuances do mundo, o cotidiano e os momentos. De todos os mundos que vejo ou imagino, o que mais me deslumbra é o da brasilidade, ele guarda uma incomparável perfeição.
Todo este palavreado inspirado foi provocado por minha noite de autógrafos na 53a. Feira de Livros de Porto Alegre.
Fui à cidade autografar o meu segundo livro: “Que histórias são essas? Brasil, cem sentidos”. Nunca vi tanta gente comprando livros ao mesmo tempo, em todos as barracas, é, talvez sejam estes os segredos dos gaúchos: barracas simples, todas de igual tamanho e forma, o livro é o show e não o estande. Muitos dias de evento, descontos verdadeiramente atrativos, nenhuma despesa extra para o público estar na feira, como ingresso, estacionamento, etc. De fato, ainda estou impressionada; por sorte fotografei tudo: a quantidade enorme de pessoas comprando e a simplicidade das barracas.
Merece também um destaque, a pré-disposição dos organizadores em me dar suporte e atenção. Eu já estava até desacostumada de ser atendida por alguém que tem algum poder de decisão. Geralmente, à frente das maiores instituições, hoje em dia, quem nos atende são os estagiários, e registro que não tenho nada contra estes, por sinal sou mãe de dois estagiários, mas é fato que eles não podem ou conseguem resolver problemas, e os pequenos contratempos que me surgiram, todos e em bom tempo foram resolvidos.
Estou para acabar este texto e o leitor deve estar se perguntando: ela é uma escritora recém-lançada, de São Paulo, ninguém a conhece, os livros dela eram dois no meio da banca da Leitura XXI, será que ela conseguiu vender algum? Na Praça de Autógrafo, só um, caro leitor. Nas ruas e imediações, andando e conversando com as pessoas, foram cinco. No entanto, no meu rosto todos vêem, minha paixão por esta feira e esta cidade está contagiante. Alguém já disse, tudo vale a pena, quando a alma não é pequena. Obrigado Porto Alegre, Lílian Weber de Freitas - escritora de Porto Alegre e Rejane - gerente da Distribuidora Leitura XXI.
 
Eliana de Freitas, autora dos livros “Oculta – uma sentença masculina” e “Que histórias são essas? Brasil, cem sentidos.”