A omissão dos honestos é o sucesso dos crápulas...
Não sei quem escreveu ou disse esta frase do título deste texto, e se foi com estes mesmos vocábulos, porém advogo que a mesma está em plena validade. Principalmente neste momento histórico, onde estamos presenciando as mais mirabolantes falcatruas de malversação do dinheiro do contribuinte. Chegando-se ao cúmulo de se usar o prestigio do mandato confiado para pagar casos extraconjugais.
Em se tratando de qualquer atitude ou ação, o ser humano sadio, até que se prove o contrário, é o único com capacidade de discernir, com a razão, o que é certo e o que é errado. Os mentecaptos da República de hoje certamente não conseguem separar estas situações.
Assim fazendo pode-se chegar a uma grave conclusão de que o homem público Brasileiro não está conseguindo divisar este limite. A continuar no ritmo que vai, teremos, em breve, uma conjuntura das mais complicadas para a sociedade Brasileira. Se é que já não estamos numa situação um tanto irremediável, pois os erros estão sobrepujando, em muito, os acertos.
Escândalos por corrupção explodem numa velocidade convulsivante em todas as esferas governamentais. Desde os altos cargos do Poder Executivo Nacional até os simbólicos cargos das menores Câmaras e pequenas Prefeituras Municipais. O Poder Judiciário também se encontra contaminado com esta praga.
Acrescente-se a isto a capacidade camaleônica que tem o indiciado de burlar os mais diversos instrumentos legais que existem, os quais podem levá-lo para trás das grades, bem como a maleabilidade que tem a lei de permitir ou aceitar inerte a mentira do incriminado.
Ao verificar esta situação de total impunidade o povo generaliza, fazendo com que a classe política em bloco seja nivelada por baixo. Esta atitude das pessoas tem influência direta e inquestionável na decisão de muitos indivíduos adentrarem no quadro político ou pelo menos colocar seu nome para ser apreciado pela população que lhe cerca.
Isto leva-nos a uma situação em que muitos cidadãos probos, honrados, incorruptíveis tomam a decisão de não participar da vida pública. Colocando os mais diversos obstáculos para se expor a consulta popular. Muitas vezes nem mesmo como simples eleitor participando das discussões vigentes. São, em diversas ocasiões, até desencorajados por parentes e amigos, onde são levados a crer que não devem se misturar com aqueles que praticam atos desonestos.
Este aspecto de se comportar, negando tomar assentamento nos movimentos populares, ante a putrefação política vigorante faz com que os meliantes institucionais soltem fogos de alegria. Quanto menos tiver participação de cidadãos íntegros nos momentos eleitorais como candidatos, mais fácil se tornará para o desonesto se perpetuar no poder.
Conclamo aos homens de bem, aos desejosos de justiça e trabalho, aos livres e de bons costumes a continuarem pregando dentro de seus lares a honestidade, a honradez e a lisura, para que seus filhos repassem estes ensinamentos aos seus descendentes e assim sucessivamente. Não se deixem vencer pela presença quase que constante da desonestidade.
Oriento-os ou sugiro a procurarem um Partido Político em que seu conteúdo programático se coadune com seus ideais, e filiem-se. Sejam candidatos a Vereadores e Prefeitos. Não podemos acreditar que a solução saia dos centros do poder. Com certeza será um trabalho esquadrejado em longo prazo. Comecemos a semear a probidade, a retidão, a integridade, e a transparência pelas cidades pequenas do interior Brasileiro. Assim fazendo, não tenho dúvida, que colocaremos a prumo as soluções para as crônicas dificuldades de nossa Pátria.
Nosso País não deverá esperar uma solução imediata para a corrupção e impunidade, por iniciativa dos portadores de diplomas de mandatos eletivos que estão hoje administrando os Três Poderes de nossa República. Devemos formar uma nova geração de políticos. Carecemos de uma sociedade formada por gente que, a maioria, seja honesta. Não nos omitamos. Ao negarmos nossa interferência na vida política de nossos Municípios, devemos e seremos responsabilizados pelos acontecimentos de hoje, e certamente estamos perdendo o momento de não nos culparmos no futuro. Deixemos de acoimar os outros. Assumamos nossa parcela de culpabilidade.
Temos, nas mãos, a oportunidade de formar bons filhos e grandiosos homens públicos. Não deixemos esta ocasião passar. Somente a partir daqui poderemos bradar que o insucesso dos ladrões se deve a participação ativa dos homens de bem. Não poderemos tranqüilamente ter o Jardim do Éden neste instante para morar, porém temos o direito de, estando presente com probidade e retidão nos vários setores da administração pública, sonhar com o paraíso para todos futuramente. Somente depende de “nosotros” e nada mais.
Arimatéia Macêdo
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