BOLSONARO E A FÁBULA DO SAPO E O ESCORPIÃO
 
O general Ernesto Geisel taxou Bolsonaro como um mau militar, um cidadão completamente fora do normal para a carreira. Bolsonaro quase foi expulso do Exército, saindo pela porta dos fundos, convidado a dar baixa, entrando para a reserva do Exército em 1989. Na época Bolsonaro chegou a ser acusado de planejar explosões de bombas nos quartéis e de escrever um artigo numa revista no qual reclamava do soldo dos militares, considerado como ato de indisciplina. Depois disso ingressou na carreira política, como vereador do Rio e posteriormente como deputado federal passando mais de trinta anos sem expressividade nenhuma na política, se envolvendo apenas em algumas polêmicas sobre direitos humanos e um defensor ferrenho da tortura. Por uma ironia do destino, “o diabo mora nos detalhes”, foi alçado um forte candidato para assumir a presidência da república, se apresentando como algo de novo na política nacional. Mesmo fazendo discurso de ódio contra as políticas de gênero, deboche explícito sobre os direitos das mulheres e defesa da ditadura militar. Como a presidente Dilma vinha caindo pelas tabelas com um governo fraco e sendo impedida de governar e o outro governo provisório de Michel Temer, acusado também de falcatruas, além da forte mancha de corrupção deixada pelo PT, Bolsonaro se apresentou como um político anticorrupção e a favor da Lava-Jato. Boa parte da população brasileira estava cansada e enojada das roubalheiras praticadas pelos petistas e por conta disso resolveram eleger um novo presidente que vinha com um discurso forte de combate à corrupção, principalmente, porque Bolsonaro conseguiu aliados fortíssimos nesta empreitada, com o apoio do Exército e do juiz Sérgio Moro que, na ocasião tinha índices altíssimos de popularidade e forte aceitação por parte do povo brasileiro. Algum tempo depois que assumiu, começaram a aparecer alguns esqueletos nos armários do clã bolsonarista, com destaques para fortes envolvimentos de maracutaias por parte de seus filhos. Um pouco antes da pandemia, Bolsonaro já vinha se indispondo com alguns de seus fiéis escudeiros civis e militares, acabando por demiti-los. Quando estourou a pandemia, revelou-se a faceta de um presidente inseguro, perturbado e por que não dizer aloprado. Indiferente e totalmente contra a ciência médica  acabou contribuindo em muito para esta crise sanitária que estamos vivendo.  Começou a defenestrar e demitir em massa pessoas que o ajudaram a eleger-se, dentre eles, alguns ministros civis e militares e o próprio juiz Sérgio Moro, baluarte maior da sua alçada política como governante maior deste país. Cabe aqui citar a Fábula do Escorpião e o Sapo: Um escorpião pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião argumenta que se picar o sapo, o sapo afundaria e ele também morreria afogado. O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião acaba por ferroar o sapo, condenando ambos à morte. Quando perguntado pelo sapo porque havia lhe picado, o escorpião responde que esta é a sua natureza e que nada poderia ser feito para mudar o seu destino. Portanto, caro leitor, quer que eu escreva mais ou desenhe?