O ponto

Se pararmos para observar o mundo, com os nossos cinco sentidos seremos capazes de perceber que algo está errado. Se colocarmos um sexto sentido, ou seja, se pararmos para sentir o mundo, colocar nossa razão e emoção, a percepção é que sim, a humanidade está com graves problemas.

A primeira coia que percebemos é que há uma polarização. Quanto mais estiverem afastados do ponto de equilíbrio, mais difícil é conversar com a pessoa e mais difícil é para essa pessoa ponderar os fatos. Ela fecha-se no seu universo de crença e toma aquilo como verdade absoluta. Sem ao menos perceber que há outras faces daquela verdade.

Façamos um exemplo para deixar essa ideia melhor. Peguemos um copo de plástico com desenhos. Mostremos esse copo para outras pessoas e peçamos para que descrevam, com detalhes, o que estão vendo. Ora, cada um descreverá uma face do copo. Todos terão razão, mas jamais descreverão o copo todo, a não ser que essas pessoas observem-no integralmente e saibam descrever até mesmo o que há no vazio do copo. Talvez aí comecem a se aproximar da verdade que é o copo.

É possível observar também que há pessoas que constroem seus argumentos sobre premissas falsas. E mesmo que se tente mostrar que tais ideias são construídas sobre falsas ideias, aferram-se a elas como tábua da salvação. Mal sabem que, na primeira tentativa de argumentação, falharão, pois não foram em busca da razão, apenas apegaram-se a pré conceitos sem ao menos conhecê-los.

Exemplos temos aos montes, basta vermos pessoas ferrenhamente presas a ideologias que não se sustentam ao método científico.

Mas aí surge uma questão interessante. Estará o problema nas ideologias? Será que é alterando a forma de se entender a ideologia ou como aplicá-la que resolverá o problema? Seria consertando o objeto que resolveremos o problema da humanidade?

Ou será que o problema está no sujeito agente?

O que adianta mudarmos os objetos de lugar, se o sujeito agente continuar agindo da mesma forma? É simples perceber que não haverá resultado algum. Extremados como estão, os seres humanos continuarão a agir da mesma maneira, radicalizando-se cada vez mais e afastando do ponto de equilíbrio, ponto este que permite observar com mais serenidade as argumentações de todos os lados.

Por isso, mais do que consertar os objetos, de mudá-los ou transformá-los, é preciso que o ser humano passe a transformar a si próprio. Saiba antes ouvir, esteja aberto a aprender, descubra-se como um copo vazio, que requer conteúdo para se sentir pleno. E que a busca do conteúdo levo-o à essência, ao mundo das causas e nesse caminho, descobrirá que é no equilíbrio, no exato ponto do equilíbrio, que se transforma num ser humano melhor.

Aí sim, será um mundo melhor.