Crendice, Bela Nice...??? — BBB ou BBC?

Vejamos o contraste entre aquele raciocínio do tipo BBB-Rede Globo e o da notícia que aparece logo aqui abaixo veiculada pela BBC.

Se entrarmos no raciocínio BBB-Rede Globo, então teremos que desmentir a BBC — que diz claramente sobre os problemas de cilindros de oxigênio escassearem: é um fenômeno mundial. Mas, é muito mais fácil dizer que aquilo que acontece em Portugal, no México e no Egito é culpa do Bolsonaro.

Sobre Portugal, deixo separadamente esse link:

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/01/27/covid-19-sistema-de-oxigenio-falha-em-hospital-e-portugal-avalia-pedir-ajuda

........................

Agora, daremos uma olhadinha na BBC, conforme mencionei.

ASPAS abertas a seguir, para o jornalismo da BBC. Por Pablo Uchoa (da BBC).

(29 janeiro 2021)

//

(...)

Mas os hospitais e clínicas do Brasil não são de forma alguma os únicos lutando por suprimentos de oxigênio.

No México, onde mais de 152 mil morreram na pandemia, houve relatos de roubos de cilindros de oxigênio de hospitais e clínicas. Em um caso, dois homens foram presos depois que um caminhão carregado com cilindros de oxigênio roubados foi encontrado ao norte da capital, Cidade do México.

No início deste mês, surgiram vídeos denunciando a falta de oxigênio em pelo menos dois hospitais no Egito. Em uma delas, um homem filmou camas cobertas por cobertores no hospital al-Husseiniya, no nordeste da província de Sharqia, e afirmou que "todos na UTI morreram".

As autoridades egípcias disseram que quatro pacientes morreram por causa de condições crônicas existentes — não por falta de oxigênio — e negaram veementemente que haja problemas de abastecimento.

Mas relatos de incidentes semelhantes em vários países lançaram luz sobre a pressão sobre os governos para fornecer esse tratamento básico que salva vidas.

— 'Crise de oxigênio' —

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada cinco pacientes com covid-19 precisará de oxigênio. Em casos graves, a proporção é de três para cinco.

A organização afirma não ter dados específicos por país, mas acrescenta que alguns hospitais viram a demanda por oxigênio aumentar entre cinco e sete vezes os níveis normais devido ao fluxo de pacientes com doenças graves e críticas.

PATH, uma organização sem fins lucrativos global que ajuda vários governos a responder à pandemia, descobriu que a demanda por oxigênio "aumentou drasticamente" em 2020 devido ao influxo de pacientes com hipoxemia — baixos níveis de oxigênio no sangue — devido à covid-19.

"Precisamos pensar sobre o oxigênio tanto quanto pensamos sobre eletricidade, água ou outros serviços essenciais", diz Lisa Smith, do programa de dinâmica de mercado da PATH.

(...)

"Isso não pode ser algo que nos preocupe apenas quando (a situação) está ruim, porque quando estiver ruim, as pessoas morrerão."

Atualmente, quase 1,5 milhão de cilindros de oxigênio são necessários todos os dias em países de baixa e média renda para lidar com a demanda extra gerada pela pandemia, de acordo com o 'Rastreador para Necessidades de Oxigênio de Covid-19'.

A ferramenta online ajuda a estimar a escala do desafio para os formuladores de políticas públicas e foi desenvolvida pela iniciativa Coordenação de Resposta de Cuidados Respiratórios Covid-19, que inclui as ONGs PATH e Every Breath Counts, uma parceria público-privada que defende a melhoria do suprimento de oxigênio em países de baixa e média renda.

"Há uma crise de oxigênio na África Subsaariana, Ásia e América Latina", diz Leith Greenslade, da ONG Every Breath Counts. "Os países não avaliam quanto oxigênio os pacientes de covid-19 precisam: alguns vão precisar de dez, vinte vezes mais oxigênio do que um paciente normal."

De acordo com o rastreador, o Brasil tem visto um dos maiores aumentos do mundo na demanda por oxigênio desde novembro — exigindo cerca de 340 mil cilindros extras por dia para lidar com os casos de covid-19.

(...)

Em outros países em desenvolvimento, como a Índia, houve um aumento de 68% na demanda por oxigênio entre abril e julho, depois um salto de 84% entre julho e o pico em setembro.

Adamu Isah da ONG Save the Children na Nigéria — onde são necessários 10 mil cilindros extras por dia — descreveu uma "percepção geral de que há escassez de oxigênio em quase todas as partes do país".

Na África do Sul, o rastreador estima que o país precisa de 100 mil cilindros extras diariamente. O ministro da Saúde do país, Zweli Mkhize, disse que o governo está fazendo o possível "para garantir que o oxigênio esteja disponível" e ordenou que as fabricantes de oxigênio, cujos principais clientes são normalmente grupos de mineração, priorizem as necessidades médicas.

(...)

— De onde vem o oxigênio medicinal? —

De acordo com a PATH, o oxigênio medicinal é responsável por apenas 5-10% da produção mundial de oxigênio. O restante é utilizado em diversos setores, como mineração, química e farmacêutica.

É produzido em grandes quantidades nas fábricas e entregue aos hospitais de duas formas: a granel em tanques de líquidos ou como gás pressurizado em botijões de menor volume.

O oxigênio líquido é a tecnologia mais barata e a melhor disponível, mas exige que os hospitais tenham a infraestrutura certa para canalizar o oxigênio até o leito do paciente.

Isso é comum em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa. Os cilindros não requerem tubos e podem ser entregues em clínicas sem uma infraestrutura sofisticada. No entanto, sua distribuição em menor escala significa que são menos econômicos, além de serem pesados para transportar e manusear, o que também acarreta um risco maior de contaminação cruzada.

"Alguns países dependem quase inteiramente do transporte de oxigênio para hospitais usando cilindros em terrenos acidentados e longas distâncias", diz o professor Mike English, que colidera a Unidade de Serviços de Saúde do KEMRI- Wellcome Trust Research Program em Nairóbi, no Quênia, e o Health Systems Collaborative na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

"Este é um grande problema e as quantidades necessárias são quase impossíveis de fornecer."

Ele diz que a distribuição de oxigênio era um problema na África antes da pandemia.

"Antes da covid-19, havia muitas ocasiões em que, mesmo em hospitais adequados, uma criança doente, um recém-nascido doente ou qualquer pessoa em uma situação de emergência não recebia o oxigênio de que precisava", explica ele.

"A covid-19 tornou esse problema mais visível porque agora está afetando também os adultos."

(...)

Cada especialista que falou à BBC fez a mesma observação, incluindo a necessidade de equipamentos, treinamento e soluções de longo prazo em suas análises.

Hospitais, por exemplo, poderiam construir suas próprias fábricas de oxigênio para produzir um suprimento regular. Mas elas são caras, precisam de eletricidade confiável e requerem considerável experiência e engenheiros qualificados para manter, o que nem sempre é possível, assinala English.

"Como toda aparente 'solução fácil', as fábricas de oxigênio requerem partes muito mais amplas do sistema de saúde para funcionarem", acrescenta.

\\

ASPAS fechadas para o jornalismo da BBC.

O longo texto completo (pois aqui só deixei trechos) pode ser encontrado copiando/colando o seguinte link:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55856813

::::::::::::::::::::

Comentando e finalizando aqui, o Tex.

O que você prefere: a realidade como ela é ou... CRENDICE, Bela Nice?

Para quem prefere crendice, resta ligar na TV Globo e assistir ao... BBB.