ARTIGO – O Brasil pelo avesso II – 16.01.2021 (PRL)
 

ARTIGO – O Brasil pelo avesso II – 16.01.2021 (PRL)
 
 
Ontem, casualmente, liguei minha TV no programa do Datena, na BAND, exatamente no meio de uma entrevista que o presidente da república estava lhe concedendo de modo exclusivo, provocada pelo apresentador, porquanto ligara para o palácio logo após uma coletiva concedida pelo Governador Dória, PSDB-SP, Rodrigo Maia, DEM-RJ e o candidato à presidência da Câmara dos Deputados, o Baleia Rossi, MDB-SP, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Como se cabe, o candidato do MDB e do Maia, está viajando por todo o país, a fim de obter o apoio dos governadores e, através deles, dos deputados federais de cada estado, na disputa pelo comando da Casa, nas eleições previstas para o dia primeiro de fevereiro deste ano. Por seu turno, o seu adversário no evento, deputado Arthur Lira, PP-AL, que teria o apoio do Planalto, também faz a mesma maratona, porquanto ocupar esse cargo significa ser dono das pautas de votação de todas as matérias no Legislativo Federal, e também ser substituto do primeiro mandatário do Brasil nos impedimentos temporários regulamentares; isso sem perder de vista a excepcional mordomia que acompanha a função (casa de luxo, segurança, automóveis e motoristas, adicionais de função e representação, e o que é melhor e mais convidativo, qual seja um orçamento gigantesco, de realização praticamente obrigatória). Fala-se que nessas viagens estariam usando aviões da nossa Força Aérea.

Causou-me bastante admiração e tristeza o fato de o Doutor Dória ter chamado o Bolsonaro de “Facínora:” “Que ou aquele que comete atos criminosos, com caráter de perversidade ou crueldade”, segundo dicionário Michaelis. Claro que o presidente estava fulo da vida, tendo retrucado com palavras mais moderadas, apesar das provocações inteligentes do entrevistador, profissional de larga experiência nas lides de comunicação, tendo já trabalhado para diversas emissoras de rádio e televisão.

Porém ainda outra coisa condenável fizera o referido governador paraquedista: Convocou o povo nacional a fazer um “panelaço” contra o Bolsonaro na noite do mesmo dia, assim como em pequena escala parecido com o pedido do Presidente Trump, dos Estados Unidos, aos seus seguidores, que gerou aquela avalancha de gente invadindo o Capitólio, num clima de desordem, resultando em cinco mortes e alguns feridos.

A manifestação das panelas foi feita no horário do Jornal Nacional da Rede Globo, e me fez lembrar dos tempos da Doutora Dilma, que sofreu um impeachment no seu segundo mandato. Evidente que foi em menor escala, mas já é um começo; e causa bastante estranheza não se ter tomado qualquer medida contra quem governa o maior estado do país, responsável mais ou menos por 40% do nosso PIB.

Essa agressão escancarada ao presidente, isso num governo recheado de militares de altas patentes, fez-me lembrar do ministro Villas Boas na época em que comandava o glorioso Exército Brasileiro, pois sempre tinha um alerta de repúdio a declarações e desrespeito desse tipo. No mínimo, a meu pensar, o Ministério da Defesa devesse fazer uma severa advertência aos que exercem cargos tão relevantes, porquanto ainda há tempo para se evitar possíveis e condenáveis confrontações. O regime democrático é livre para se falar da tribuna das casas legislativas, mas não permite ataques à honra e moral de quem quer que seja, mesmo que o autor seja um provável candidato à presidência.

Do contrário, demonstrará fraqueza e representará completa desmoralização a quem vem governando com honestidade, sem corroborar com ações degenerativas ao erário nacional, e bastaria isso para galgar o ódio que muita gente está guardando no coração, pois as chances de se apropriar do dinheiro público diminuíram consideravelmente.

Já no Senado causou-me espécie estar em primeiro lugar nas pesquisas o Doutor Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do Doutor Davi Alcolumbre - (DEM-AP), que não conseguiu sequer eleger seu irmão para prefeito de Macapá. Como se sabe, o Alcolumbre é um excepcional engavetador de pedidos de impedimento de ministros, gerando com isso a criação do Movimento “Muda Senado”, que começou como fogo de palha, mas que em nada contribuiu para mudança alguma até agora.

Fico por aqui.
 
SilvaGusmão
Foto: Óleo s/tela de minha autoria - Rio de Janeiro.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 16/01/2021
Reeditado em 18/01/2021
Código do texto: T7161046
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