É de Chocolate !
Por que não unir todas as coisas boas do mundo? Porque ficariam ruins! Elas só são boas de verdade porque estão sozinhas, ou no máximo acompanhadas de mais duas ou três. Mas todas juntas seria uma terrível tragédia, como estas que os profetas predizem antes de morrer. Mas algo que deveria ser sempre junto é o amor e o chocolate, são coisas boas ( se não pensarmos que o chocolate engorda e causa e espinhas, e se não pensarmos que o amor machuca), é por isso que fazem corações de chocolate, flores de chocolate, entregam caixas de bombons, chocolate está completamente relacionado ao amor. E não é da atualidade que estas informações procedem, muito pelo contrário, o amor de chocolate já é coisa que vem do passado, uma tradição, acasos perdidos na história. Pontinhos na literatura que a história não revelou, e que agora, como numa assombrosa denúncia, saborosa e repleta de serotonina está ao dispor de alheios olhos...
Todas as grandes histórias de amor banharam-se em chocolate por mínimos detalhes...
Em Verona, século 14, viviam grandes fabricantes de chocolate, uma das mais famosas receitas era da barra ao leite afrodisíaca, que fazia quem a comesse apaixonar-se pela primeira pessoa que tocasse em sua pele, mesmo depois que o amor acabasse, e foi assim que fizeram para cessar a rebeldia das senhoras Capuletto e Montecchio para que não resistissem á promessa de casamento que lhes era destinada. Porém não fizeram o mesmo com Julieta e Conde Paris, mas Romeu o fez, no jantar na casa dos Capuletto, ele interessado pela moça da família, a ofereceu um bombom, ela sem saber do se tratava o comeu, grata pela cortesia do inimigo, e imediatamente apaixonou-se fazendo a história que então conhecemos. E a receita veio atravessando as eras, Cinderela comeu uma dessas bombons, cujo príncipe propositalmente colocou dentro do sapato, e por isso as irmãs não conseguiram colocar o sapato, ficara apertado porque as antas não viram a barra dentro do sapato, mas Cinderela atenciosa, tirou a barra, a esconde, calçou o sapato, e dividiu a barra com o príncipe... Ambos apaixonaram-se juntos.
Fred e Vilma apenas casaram-se porque ela comeu um pedacinho deste chocolate e em seguida esbarrou em Fred. Em Titanic após salvar Rose do quase suicídio, Jack lhe deu um pedacinho de chocolate para aquecer seu corpo... Safadinho.
Mickey sabendo que Minnie adora chocolate, lhe deu um rato de chocolate de 2m de altura, imagine! Os ratinhos até hoje se deliciam com a maravilha do doce. Em Ghost, o personagem de Patrick Swayze, antes de se mudarem para o apartamento novo, encheu o lar de chocolate para a amada e esquentou bem mais o relacionamento. Enquanto que em outras épocas, Ilsa e Rick, relembram o passado comendo chocolate no drama Casablanca. Jane consegue domesticar Tarzan, após fazer como se faz com os cachorros, lhe dando um pedaço de chocolate a cada tarefa cumprida, e os dois acabam juntos no fim. Rapunzel só jogou suas tranças, porque o príncipe lhe prometeu um lote de chocolate Suíço meio amargo. Todas as helenas de Manoel Carlos, só se casaram com os homens que gostavam do mesmo tipo de chocolate do que elas. Em “Meu primeiro amor”, ambos comem chocolate escondido na sala onde o pai dela prepara defuntos, e dali rola um grande amasso. Em longínquos milênios Cleópatra tomava um banho de chocolate para atrair os homens com quem pretendia acasalar, e depois do ato os matava com o efeito do veneno colocado em um sutil bombom. “Tão tão distante”, a terra de Shrek e Fiona, é famosa pelos chocolates afrodisíacos (receita proveniente daquela de Verona, em Romeu e Julieta), e não seria a mesma, se os irmãos João e Maria não a fizessem com grande qualidade. Em uma linda mulher, Richard prometeu alem de muito dinheiro, muito chocolate para casar-se com ele, ela que não era boba e queria largar aquela vida, topou! E em a Lagoa Azul eles só tiveram aquele nenezinho, porque ele também a subordinou com uma pasta de cacau que fizera com frutos achados na ilha.
Enfim, em tudo, nessas dramaturgias e cenas que constituímos bases de vida, o chocolate consumiu o amor, e ambos transaram freneticamente, e um não mais vive sem o outro, o outro não mais vive sem o um.
Douglas Tedesco – 10/2007