2020, sem choro nem vela!
Impressiona-me a unanimidade mundial em tachar 2020, de Solânea a Tóquio, como um Ano Péssimo. Dir-se-ia será um defunto de poucas carpideiras... Também pudera, fez por merecer: acumpliciou-se com a morte - sua concubina inseparável - e saiu pelas ruas atemorizando gentes e aterrorizando lares.
Foi infértil em termos científicos, anódino em termos literários e lazarento em termos de felicidade.
Não há um bom livro que dele provenha, não há uma só música que dele resulte.
Frio e impiedoso, roubou-nos a todos uma miríade de amigos.
Nada produziu. Nada construiu. É uma espécie de burro-mulo da História.
Até no campo do amor foi pequeno. Teve a petulância de afastar abraços e retardar idílios...
Não deixará saudades.
Pelo mal que fez e pelo bem que deixou de fazer, será definitivamente olvidado, sem choro nem vela.
Salve-nos, 2021!
Que venha repleto de Luz e de Paz!