ARTIGO - O Brasil pelo avesso - 18.12.2020 (PRL)
 
 
 
ARTIGO – O Brasil pelo avesso - 18.12.2020 (PRL)
 
 
 
Confesso-me inseguro para tomar a Vacina contra a Covid-19. Primeiro, pelo tumulto que se faz de cunho político, com vista às eleições de 2022 para diversos escalões, inclusive a Presidência da República; depois, pelas dúvidas surgidas quanto ao intervalo entre a primeira e segunda doses, que seria de 4 a 6 semanas, o que equivale a 28 ou 42 dias, o que significam dois ou três períodos de 14 dias, que é o ciclo da doença; também as declaração dos fabricantes de que não se responsabilizam por efeitos colaterais, claro e por si sós, funcionam como fator altamente negativo diante da população aflita.
 
Com esse intervalo generoso fica difícil de saber se a imunidade decorrerá da tomada da vacina ou da inatividade da população, que seria imposta, pois não ficou ainda esclarecido se o vacinado será liberado para exercer as suas atividades normais ou terá de ficar em casa esperando o decorrer dos prazos que forem fixados.
 
A propósito, publico parte do texto do Senhor Doutor Gustavo Cabral, colunista do Vai e Vem, da UOL, de 01.12.2020: “Porém, levando em consideração que a vacina pode proteger da doença, mas não necessariamente do vírus, mesmo vacinados, ainda precisaremos continuar usando máscara e evitar beijos, abraços e aglomerações até que a pandemia esteja controlada. Isso porque, mesmo que você esteja vacinado, pode transmitir o vírus para quem ainda não recebeu a imunização. Ou seja, em 2021, mesmo com vacinas licenciadas para aplicação em humanos, continuaremos usando máscara e tomando certos cuidados”.
 
Nada obstante essas colocações, próprias de um leigo no assunto, as declarações impensadas e repetidas do Presidente Bolsonaro de que não tomará a vacina colocará muito mais dúvidas na cabeça dos brasileiros. Alega o mais alto mandatário que já contraiu a doença e em consequência ficou imunizado para sempre desse vírus arrasador. Não concordamos com essa atitude, até porque contradiz com as vultosas quantias que tem liberado para combater a pandemia. O presidente tem de aprender que uma grande arma do político é a demagogia, a arte do fazer de conta, daí porque essas afirmações soam muito mal na mente dos compatriotas, além do que seus inimigos se aproveitam da ocasião para fustigar ainda mais a próxima campanha presidencial.
 
E quem tem comorbidades, como o signatário, como é que fica? Ora, sem a certeza absoluta de que a vacina é segura e eficaz, sem ninguém assumir a responsabilidade pela garantia de que o produto fará o bem para a população, eis que as fábricas não querem responder pelos riscos no caso de efeitos colaterais danosos à saúde dos que querem se prevenir (?), o caminho mais correto seria não utilizar tais produtos. Todavia, ao que nos parece, uma simples declaração do fabricante em sentido contrário não o isenta de vínculo a possíveis embaraços que venha causar aos usuários das vacinas.
 
A verdade é que o vírus está instalado fortemente no território nacional, não como segunda onda, mas ainda da original, porquanto e com certeza não fora abolido totalmente do seio do povo brasileiro. Foi assim como um alarme falso. Uma pausa para as eleições municipais que ocorreram recentemente.
 
A minha impressão, e já falo disso de longa data, é que o Coronavírus-19 somente se despedirá do nosso convívio justamente no término do mandato do Presidente Bolsonaro, eis que veio pra ficar e atrapalhar de vez a governança brasileira; e mais ainda, acaso seja reeleito, o que não seria improvável, essa doença também o seria por mais quatro anos consecutivos.
 
Os senhores governadores, à frente o do grande Piauí, Doutor Welington Dias (PT), já estão pedindo que o “Estado de calamidade pública” seja prorrogado por todo o ano de 2021, porquanto a mina de dinheiro público ficará mais uma vez aberta livremente para os gastos incalculáveis que adviriam dessa medida, inclusive o retorno do “Auxílio Emergencial”.
 
E se isso vier a ocorrer, parece claro que o “imposto do cheque” voltará à tona e causará muito dano ao orçamento da classe média brasileira, essa que sempre aguenta os desajustes do país. E não se deve perder de vista a potência do governo para fabricar moeda fraca e sem lastro garantidor da expansão monetária, que é sinônimo de inflação alta e descontrole dos gastos públicos, além de uma porta aberta à corrupção.
 
Fico por aqui.
 
SilvaGusmão
 
Foto: Internet/GOOGLE
ansilgus
Enviado por ansilgus em 21/12/2020
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7140615
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.