UM RASCUNHO...
O Homem, filho do Tempo, reparte com o mesmo a sua ciência ou a sua ignorância: do presente sabe pouco, do passado menos e do futuro nada.
(Padre Antônio Vieira in História do Futuro)
Homens de um passado qualquer construíram coisas grandiosas usando de engenharias que os de hoje não conhecem. Se sim, presentemente, não mais haveria discussões nem dúvidas sobre como as Pirâmides eram construídas.
Parece não existir algo mais brutal que elas, no sentido da concretude, à disposição dos olhos e mãos dos cientistas modernos e suas tecnologias. Não obstante, pesquisadores permanecem na escuridão; e as engenharias, envoltas em espesso mistério.
Essa falta de conhecimento sobre coisas “tão concretas” suscita dúvidas consistentes, principalmente se se olha para as maravilhas tecnológicas que existem, como no campo da medicina. Elas, que quase ressuscitam pessoas, não explicam como pedras gigantescas foram ordenadamente “amontoadas”. Não explicam, ou porque não sabem, ou porque não lhes interessa.
É o caso de não explicarem, por exemplo, por que os mares são cruzados por milhares de quilômetros de cabos de fibra ótica, pretensamente para comunicação, quando e se os “satélites”, teoricamente, cumpririam essa empreita, entre outras.
Voltando às pirâmides, se não se sabe nem sobre como foram construídas, qualquer afirmação sobre sua idade só poderia ser mera especulação com larguíssima margem de erro. No entanto, pode-se ficar com o pensamento de que resistem heroicamente ao Tempo, e com a certeza, tão concreta quanto elas, de que foram construídas na constância de uma “civilização”. Mais fácil de se acreditar em algo assim do que na possibilidade de ação de extraterrestres.
Decorrente disso, segue, então, uma teoria sobre que pensar. Já teria havido na terra outra ou outras povoações, extintas que foram, sabe-se lá por quê. Talvez, extinção seja uma ação cíclica. Aconteceria de tempos em tempos. Restaria saber quem seria o agente: o próprio homem, com suas guerras, ou a própria terra, por autodefesa.
O Homem, este ser que sabe tudo e nada, não saberia preservar-se a si nem a seu habitat. Concreto, como o exemplo das pirâmides, está aí o povoamento de hoje, que beira os sete e meio bilhões de pessoas e carcome a terra tal como uma almôndega jogada ao lixo é carcomida por formigas que se juntam e multiplicam em velocidade e voracidade sem fim. Devorada no almoço a insuficiente almôndega dos homens, o que restaria para o jantar? E o Homem destruir-se-ia a si.
A Terra, bondosa, mas não boba, aborrecer-se-ia e não se deixaria continuar quitute de bando de bilhões de devoradores. Ao aborrecer-se, uma simples sacudidela ou coisa qualquer, acabaria com as “formigas” — mas não com todas exatamente. Reservaria uma meia-dúzia de formigas-pingadas, cuja procriação, depois de alguns milênios, começaria a ser levemente notada. Nesse ínterim, a Terra recompor-se-ia, majestosa, bela. O Tempo, cujo idioma não compreendemos, senhor da Eternidade, testemunha.